O Real Madrid atravessa um momento de crise. Está atrás do Barcelona, Valencia e Atlético de Madrid no Campeonato Espanhol e vai se classificar como segundo do Grupo H na Liga dos Campeões, atrás do Tottenham. O momento parece perfeito para o Grêmio enfrentar o gigante europeu, e estes são os cinco fatores que podem ser determinantes para que o tricolor gaúcho surpreenda e volte de Abu Dhabi com uma histórica vitória:
Os goleiros
Há dois anos o Real Madrid protagonizou um dos maiores vexames da história do futebol europeu. Nas últimas horas do mercado, fechou todos detalhes da contratação do goleiro titular do Manchester United e seleção espanhola, David De Gea, mas esqueceu de mandar o fax oficializando o negócio para federação antes da meia-noite e perdeu o prazo. O arqueiro não veio, e os merengues foram obrigados a promover Keylor Navas para o time titular.
O costarriquenho passou de reserva de luxo a solução de todos os problemas e nunca acabou convencendo torcida e clube. O Real voltou a insistir em De Gea em 2016, mas com o preço inflacionado, o negócio não saiu. Em 2017, foi a vez da jovem estrela do Milan, Donnarumma, que resolveu renovar e ficar no clube italiano. Sem a confiança do clube, Keylor Navas convive com a irregularidade. E para piorar a situação, este ano enfrenta uma série de contusões que deixaram o Real apenas com o desconhecido Kiko Casilla.
A praga das contusões
Keylor Navas, Sergio Ramos, Varane, Carvajal, Luca Zidane, Vallejo, Marcelo, Theo Hernández, Marcos Llorente, Kovacic, Ceballos, Kroos, Benzema, Gareth Bale e, por último, Asensio. Zidane não conseguiu jogar sequer uma rodada com todos titulares 100% fisicamente. Ao todo, apenas nove dos 24 jogadores do elenco merengue não passaram pelo departamento médico esta temporada. E ainda não é nem Natal.
A "Cristianodependência"
Cristiano Ronaldo é a grande estrela desse time e, quando ele não está bem, o time inteiro sofre. Cristiano Ronaldo nunca tinha começado tão mal uma temporada desde que chegou à Espanha, há oito anos. O português só marcou dois gols em 13 rodadas do Campeonato Espanhol e sua eficiência caiu mais de 11% em relação à pior temporada, que foi a primeira, quando marcou um gol por 12,3% das finalizações. Este ano, o número é inferior a 2%.
A crise do BBC
Paulinho tem mais gols que qualquer um dos integrantes do BBC madrilenho. Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo tem, cada um, dois gols no Campeonato Espanhol. E o meia do Barcelona já marcou quatro. Bale custou 100 milhões de euros ao clube espanhol e não consegue se livrar das contusões. Benzema é um dos jogadores mais irregulares da Europa e vive problemas fora de campo, na Justiça francesa, que provocaram seu afastamento da seleção. Cristiano Ronaldo, além da falta de gols, responde na Justiça espanhola por um processo por uma possível sonegação de impostos e ameaçou inclusive deixar a Espanha.
Falta de intensidade
"Tudo é preocupante... O time precisa jogar melhor, trabalhar mais!", desabafou Casemiro depois da derrota do Real Madrid contra o pequeno Girona, em outubro. A segunda dos merengues na temporada.
O Real Madrid de Zidane nunca foi um time genial, um rolo compressor, como foi o de Carlo Ancelotti, que igualou o recorde histórico de vitórias consecutivas em jogos oficiais (22, em 2014/15). A marca da equipe comandada pelo francês sempre foi a intensidade, a entrega. Nunca dar um jogo por perdido. Os gols de cabeça de Sergio Ramos nos últimos segundos viraram um símbolo dessa superação. Mas este ano essa faísca desapareceu. Muitos culpam a falta de experiência do vestiário, que abriu mão de nomes como James Rodríguez, Pepe e Morata para apostar por jovens promessas como Ceballos, Asensio, Llorente e Mayoral.