Ouvi nesta segunda-feira algumas restrições à decisão do Grêmio de usar reservas no Brasileirão e também aos pênaltis perdidos nesta temporada. As redes sociais foram mural de lamentações dos gremistas e de reclamações também. Ao vê-las, percebi o quanto o torcedor é um eterno insatisfeito.
O Grêmio engatou uma quinta marcha a partir de abril e faz desde então uma temporada de luxo. Está nas quartas de final da Libertadores, à espera do Botafogo, e nesta quarta-feira começa a decidir contra o Cruzeiro a vaga em mais uma final de Copa do Brasil. Observe que, em ambos os confrontos, entra como favorito. E é justo que se pense assim, afinal, o Grêmio joga hoje o melhor futebol do Brasil. Alia rendimento a resultado. Tropeçou no Brasileirão? Sim, tropeçou, mas vamos combinar que seria caso de estudo científico se a equipe também decolasse no Brasileirão.
O calendário remodelado de 2017 coloca as fases quentes da Copa do Brasil e da Libertadores no mesmo momento em que se definem os papéis no Brasileirão. Para dar conta das três competições, só com um time de máquinas ou um grupo capaz de formas duas equipes competitivas – algo impensável no Brasil hoje e daqui a 20 anos.
O Grêmio não fugiu à regra dos demais clubes grandes envolvidos em duas ou três competições. Precisou lançar mão de reservas e de guris pinçados em seu time B para dar conta de tantos jogos. Nessa ciranda, o Brasileirão ficou para trás. Foi a decisão correta. Afinal, faltam 10 jogos para escrever a história em 2017: quatro na Copa do Brasil e seis na Libertadores. Atingindo essa meta, tenho certeza de que nenhum gremista se lembrará do Brasileirão.