Vacilos defensivos tendem a ser fatais quando se enfrenta Pedro Rocha. O atacante que venceu a desconfiança da torcida converteu-se em peça decisiva na campanha que tem feito do Grêmio espelho para as demais equipes brasileiras, como opina Dorival Júnior, treinador do São Paulo.
A importância do capixaba de 22 anos volta a ser posta à prova nesta quinta (27), em Curitiba, contra o Atlético-PR, em jogo que deverá confirmar classificação para as semifinais da Copa do Brasil.
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A efetividade de Pedro Rocha em disparadas pela beirada do campo foi reafirmada no gol marcado por ele segunda-feira, no empate em 1 a 1 entre Grêmio e São Paulo, no Morumbi. Uma jogada repetida à exaustão pelo time de Renato Portaluppi, mas para a qual os adversários ainda não descobriram o antídoto.
No instante em que Geromel recebeu a bola, Pedro Rocha ainda não havia cruzado a linha central do campo. Como se trata de uma jogada ensaiada com frequência nos treinamentos, o atacante iniciou sua corrida por instinto, certo de que receberia o lançamento.
Por isso, já era tarde quando o zagueiro equatoriano Arboleda deu-se conta do risco que o lance oferecia. No máximo, tentou interceptar a bola com um carrinho, mas terminou estendido no campo.
Até driblar o último marcador e concluir contra o goleiro Renan Ribeiro, Pedro Rocha havia percorrido 70 metros. Nessa trajetória, consumiu 9,4 segundos. Percorreu o trajeto em uma velocidade de 26,64 quilômetros por hora.
– Ele imprimiu uma velocidade muito boa – atesta Leonardo Ribas, treinador de atletismo da Sogipa desde 1990 – É preciso considerar que ele corria de chuteiras na grama, conduzia uma bola, precisava estar atento a quem estava a seu lado e desviar de marcadores. E ainda estava cansado por outros piques que havia dado no jogo.
O contra-ataque puxado por Pedro Rocha voltaria a se repetir contra o São Paulo. Ainda que não finalizasse em gol, quase sempre pegava os zagueiros um passo atrás.
A mesma situação de pânico já foi vivida neste ano por outros defensores que enfrentaram o Grêmio. Como os do Fluminense, em jogo pela Copa do Brasil, dia 31 de maio, no Maracanã, pela Copa do Brasil.
Lançado por Léo Moura, Pedro Rocha deixou Henrique para trás e fez o segundo gol, com direito a drible sobre o goleiro Diego Cavalieri. No Gre-Nal de 4 de março, pelo Gauchão, Pedro Rocha também pegou os defensores do Inter fora do lugar ao disparar pela esquerda antes de servir para Bolaños marcar.
– No Brasil, Pedro Rocha é um dos jogadores mais inteligentes para fazer esse "facão" nas costas dos zagueiros, com a gente chama. Ajuda muito quem está no meio para achá-los na cara do gol – atesta o volante Michel.
É possível concluir que Pedro Rocha não faria feio como velocista. Com chuteira e desviando de marcadores, percorreria 100 metros em 13,5 segundos. A marca, claro, cairia bastante se ele usasse o equipamento próprio dos corredores e não tivesse obstáculos pela frente. Vitor Hugo dos Santos, o velocista mais rápido do Brasil, faz 100m em 10s11. Ninguém, desde 1988, conseguiu superar Robson Caetano, que correu 100m em 10s.
– Aquele salto que ele deu para escapar do zagueiro do São Paulo foi impressionante. Eu também fazia isso nos Gre-Nais. Os caras do Inter me caçavam – sorri o ex-atacante Tarciso.
Questionado se a velocidade dos dois pode ser comparada, esquiva-se com a velocidade dos tempos de jogador:
– Deixo essa resposta para os torcedores. Mas ele é muito veloz. Vai para cima dos atacantes com a certeza de que vai chegar.
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