Dos seis reforços até agora contratados pelo Grêmio para 2017, o lateral-direito Leonardo Gomes, tocantinense de Araguaína, é o único que estará em campo contra o Ypiranga, nesta quinta-feira, na Arena, na estreia no Gauchão.
Trazido do Boa, de Minas Gerais, pelo qual sagrou-se campeão da Série C brasileira, Leonardo também foi a contratação menos badalada.
Não provocou discussão nas redes sociais, como Léo Moura, pela idade, e Jael, pela carreira irregular. Nem exigiu alto investimento.
Chegou quase sem ser notado, em 10 de janeiro, mesmo dia do desembarque do centroavante Gabriel Fernández, reprovado na avaliação médica.
Sua escalação se dá pela ausência de Edílson, em recuperação de cirurgia, e Léo Moura, ainda sem a condição física ideal. Junto ao grupo, contudo, isso não significa qualquer demérito.
– Ele já sai na frente. E a primeira impressão é que fica. Se for bem, já cria um problema para o treinador – avisa o volante Maicon, com a autoridade de capitão do time.
O técnico Julinho Camargo fala com conhecimento de causa sobre o lateral. Durante todo o primeiro turno do Brasileirão da Série C, ele teve o jogador sob seu comando no Boa.
É o que lhe permite , ao mesmo tempo em que ressalta as virtudes, recomendar ao clube e torcedores que tenham paciência com o jogador.
– Ele é bom marcador. Tem bom entendimento da posição. Mas, até pela idade, ainda está em fase final de lapidação – diz Camargo, que voltou em janeiro ao clube de Varginha.
Como Leonardo aparece como terceira alternativa para a lateral, Julinho acredita que ele não sentirá a pressão.
– O Grêmio é composto por profissionais que lhe darão o aporte necessário. Leonardo tem que deixar que as coisas aconteçam naturalmente para ganhar a confiança do treinador – recomenda.
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Quando Julinho Camargo saiu, o Boa contratou Nei da Mata como substituto. Hoje no Guarani de Campinas, Nei assumiu uma estrutura montada, com a equipe já no G-4, e levou o Boa ao título da Série C.
Foi outro treinador a aprovar as qualidades de Leonardo.
– Ele está encaixado no conceito de futebol moderno. Faz duas ou três funções. Isso, para um treinador, é muito bom – destaca.
Entre as funções, está a de segundo volante. Era nessa posição que Leonardo atuava no Villa Nova, seu clube antes do Boa. Já na nova casa, perceberam que sua boa saída de jogo, aliada à força física, resultavam nas características ideais para um lateral. E ocorreu a troca de função.
Nei da Nata destaca o bom cruzamento, embora ressalve que Leonardo é disciplinado e evita a chegada inconsequente ao apoio.
– A marcação também é muito boa. Ele terá os erros normais da idade. Mas, se tiverem paciência, terão um jogador de muito futuro nas mãos – aposta.
Valioso é, também, o depoimento de Itaqui, formado na base do Grêmio, também com passagem pelo Juventude, e que participou, ao lado de Leonardo, da exitosa campanha do Boa em 2016.
Primeiro, há um reconhecimento das virtudes do lateral.
– Ele é um jogador interessante. Tem boa estatura, fecha bem as linhas, desenvolveu boa cultura tática com Julinho Camargo. Acho seu estilo muito parecido com o do Bruno, do São Paulo. Tem tudo para dar certo – prevê.
Na sequência, Itaqui faz o alerta que precisará ser levado em conta pelos torcedores na primeira aparição na Arena:
– Ele é um menino ainda. E cada menino tem uma reação. Fica uma incógnita para ver como a camisa do Grêmio vai cair nele. Isso não tem como prever.
*ZHESPORTES