Até o momento, o planejamento tricolor para 2017 deixa o torcedor desconfiado. Fortalecida pelo penta da Copa do Brasil, a direção não encontrou reforços à altura de um postulante ao tri da América. E o que poderia dar errado, infelizmente, deu.
Por lesão, perdemos Douglas e Beto da Silva, talvez o raro reforço interessante da temporada. Assim, o Grêmio se aproxima da estreia na Libertadores sem o pique e a mobilização esperados pelo torcedor. A primeira quinzena de fevereiro se foi e a direção está devendo.
Alertei ainda em janeiro sobre o risco de ter apenas Douglas como meia confiável no elenco. Longe de zicar o camisa 10, mas o futebol tem dessas coisas. Veio a lesão no joelho e agora rolam testes com Bolaños. Quando o gringo for convocado para a seleção do Equador, as opções serão Maxi e Lincoln.
Com o prejuízo consolidado, a direção acelera a procura por um meio-campista. Também tenta um zagueiro, pois permanece o risco de vivermos na defesa a mesma situação do meio. Temos Geromel, Kannemann, Thyere e Bressan (que não pode ser considerado reforço). A Libertadores passada deveria ter deixado lições, quando tivemos Fred e Bressan contra o Rosario Central.
Vice de futebol, Odorico Roman prega prudência nas contratações. Não se pode queimar os poucos recursos que temos. O caixa segue apertado, apesar da venda de Walace.
- Nós temos que acertar os tiros que dermos - disse Roman.
Verdade. Talvez houvesse mais bala se tal critério estivesse em voga quando o clube fechou com Cortez e Jael. Se era para trazer um lateral que fica abaixo de Marcelo Oliveira, então seria melhor manter Iago de reserva. Jael, por ora, entrou e quase não encostou na bola. Ou seja, nada acrescentou no futebol. Renato tem parte da responsabilidade, por ter bancado tais contratações.
Como ainda há tempo para corrigir erros e qualificar o time, mantenho a calma. A temporada é longa, será um teste de resistência para convicções e planejamentos. Gremista dos quatro costados que sou, espero boas notícias em breve.