A rara boa notícia na derrota para o Caxias foi o gol de Bolaños nos acréscimos. O equatoriano teve a qualidade, a objetividade e o apetite que faltaram ao Grêmio no tropeço por 2 a 1 na Serra. No mais, na segunda partida do ano, sofremos em uma tarde de erros que precisam ser corrigidos.
Um equívoco foi cometido por Renato nas substituições. Bolaños não pode ser a última opção do treinador, que decidiu promover a estreia de Jael, cuja contratação saiu por sua indicação. O Grêmio já perdia e o goleiro grená poderia jogar uma canastra com os gandulas, tamanha inoperância lá na frente. Se o time não cria um mísero lance de gol porque não consegue trabalhar a bola há 30 ou 40 minutos, a presença de um centroavante aipim não resolverá o problema feito mágica. Ocorreu o óbvio: Jael trombou aqui e ali e nada produziu.
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Bolaños só entrou aos 40 minutos da etapa final, na terceira e última troca promovida por Renato. Ao marcar o gol tricolor, o gringo fez mais do que Pedro Rocha, Douglas e Luan juntos nas duas primeira rodadas do Gauchão. Pela produção inicial, Bolaños ou Everton merecem uma oportunidade entre os titulares. De qualquer maneira, devem estar na frente de Jael no momento em que o treinador mirar o banco.
Pedro Rocha parece que ainda não voltou das férias. Um dos heróis do penta da Copa do Brasil, foi apagado diante do Ypiranga e repetiu sua especialidade contra o Caxias: perder gols fáceis. Foram dois no primeiro tempo, quando a partida ainda estava zerada. Na segunda chance, subiu sozinho de cabeça e colocou a bola no canto do goleiro, onde ele tem mais chances de pegar.
Depois do desperdício, só fomos beliscar de novo lá no meio da etapa final em um lance de resvegueio, um chute de Everton que desviou. O placar marcava 2 a 0. Antes, fazíamos um jogo na média, mais para modorrento, quando saiu um pênalti controverso. É aquela conversa da bola na mão ou mão na bola, que cada árbitro interpreta de uma forma diferente em cada jogo. Acredito que pagamos o pato. Levamos o 1 a 0 e, na sequência, saiu o gol de escanteio que tanto nos atormentou em 2016.
Apesar de um lance polêmico da arbitragem, temos para vencer o Caxias mesmo voltando da pré-temporada. Faltou competência, apetite e perna. Douglas e Luan trotaram, não deram um drible ou passe para frente. A defesa sofreu pelo alto e o lado esquerdo se transformou em avenida no final. Na direita, Leonardo pecou em lances triviais, conseguiu errar até cobrança de lateral. Espero estar errado, mas em dois jogos, ele não mostrou futebol para jogar no Grêmio.
Enfim, a primeira derrota na temporada reuniu um emaranhado de erros que devem servir de lição. Menos mal que foi um tropeço de início de ano, com muito tempo para corrigir os vacilos.
* ZH Esportes