Esqueçam a vantagem. Mesmo com a Arena lotada e dois gols de folga, não espero uma semifinal tranquila diante do Cruzeiro. Sei que haverá angústia, é da nossa existência tricolor sofrer na vitória e na derrota. Com meu coração azul estropeado pela última década e meia, só desejo chegar vivo ao final do jogo. E classificado para a final da Copa do Brasil.
Desde a quarta-feira passada, quando Luan e Douglas iluminaram minha noite, que luto para administrar o otimismo. Eliminamos o Palmeiras, virtual campeão brasileiro, e tivemos uma atuação de gala no Mineirão. Um roteiro que dá cheiro de fim da seca que tanto nos castiga. Um roteiro que precisa ser materializado.
Renato acerta ao vacinar o time, ao pregar o respeito ao Cruzeiro, um dos grandes do futebol brasileiro. Entrar em campo considerando o jogo ganho será um erro primário. Precisamos manter a concentração e a entrega da partida em Belo Horizonte. Aliás, a postura e o bom futebol casaram de forma perfeita e não podem se divorciar.
O torcedor que lotará a Arena deve ter o mesmo pensamento aguerrido e sem oba-oba. Deve ofertar à equipe apoio e segurança. Em caso de escorregão, haverá o empurrão da massa rumo à classificação. Nervos ajustados no campo e na arquibancada vão abreviar o caminho até a vaga, pois não se trata de uma peleia qualquer.
Para nós, gremistas, chegou a partida mais importante da década. E, com Renato na casamata, estamos próximos de retornar à final da Copa do Brasil depois de 15 anos. Humilde, prego um passo de cada vez, sem afobamento. Hoje, faltam três jogos. Quero ter o prazer de amanhã despertar eufórico, podendo falar sem medo: só faltam dois.