A decisão de Renato Portaluppi de mandar a campo um time totalmente reserva no empate do Grêmio contra o Santos, domingo, pelo Brasileirão, deixou claro que a prioridade tricolor é a Copa do Brasil. E indicou também a ideia do treinador para o jogo contra o Palmeiras, nesta quarta, em São Paulo, pelas quartas de final. A princípio, os homens de frente do time devem ser Pedro Rocha e Luan – mas a boa atuação de Everton e o retorno de Bolaños ampliam as alternativas do técnico.
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Com isso, Zero Hora perguntou aos seus colunistas o que eles acham que Renato deve fazer para o jogo no Allianz Parque: manter Pedro Rocha e Luan como titulares, ou dar uma chance a Everton e Bolaños? Confira as opiniões:
Diogo Olivier
Bolaños, pelo que não vem rendendo desde sua contratação, e também por estar voltando, sem condição e ritmo ideais, merece ficar no banco. Pode ser uma arma para o segundo tempo, mas é injusto retirar os garotos que vem jogando bem na base do carteiraço.
Entre Everton e Pedro Rocha, entendo que Everton pelo lado é mais agudo, deixando Luan de falso 9, flutuando na frente e recuando por trás dos volantes. Mas os dois, Pedro Rocha e Everton, estão em um momento bom. Eu optaria por Everton por ser mais vertical. Se o Grêmio fizer um gol, o Palmeiras terá de rebolar. Jogo para contra-ataque. Everton, portanto.
Luiz Zini Pires
Pedro Rocha, 22 anos, e Everton, 20 anos, se parecem nas suas virtudes e nos seus defeitos. Como atacantes, mais de lado, muito mais de velocidade, contemporâneos, que entendem as tarefas urgentes de marcação, temem a grande área, vivem assustados com os goleiros. Chutam mal. Trazem um problema crônica das categorias base, de má formação. O defeito é letal. Pedro marcou 10 gols em 34 jogos. Everton fez nove em 37. São números tímidos, pobres. O primeiro é titular. O segundo é opção.
Miller Bolãnos, 26 anos, 20 jogos, quatro gols, revelou-se a grande decepção do ano na Arena. Penou com lesões, está certo, porém nunca conseguiu fazer duas boas partidas em sequência em nove meses em Porto Alegre. Seria uma terceira opção para o ataque. Se é que alguém acredita que o equatoriano possa ser no Grêmio o bravo atacante que foi no seu saudosos Emelec.
Leonardo Oliveira
Em time que está ganhando não se mexe. O ditado é mais velho do que a minha vó. E olha que ela nasceu lá em 1916, na gélida São Joaquim e em meio à Primeira Guerra Mundial. Renato buscou na gaveta deixada por Roger o esquema de sucesso do ano passado. Fez pequenos ajustes. Um deles foi recuar um pouco mais Douglas. E o outro foi colocar no flanco direito Ramiro e fixar no esquerdo Pedro Rocha. Que está dando conta do recado, tem feito gols importantes e ainda, de lambuja, vira assessor de Marcelo Oliveira para assuntos de marcação. Como Luan é o craque do time, não vejo onde Everton poderia entrar. Ainda mais que Renato pensa nele não pelo lado, mas no meio, levando o ataque adiante e partindo para cima do zagueiro. Everton será boa alternativa para o segundo tempo, para dar mais vitalidade ao ataque e servir de escape nos momentos de pressão que o Palmeiras irá impor no Allianz Parque.
Sobre Bolaños, o Grêmio ainda espera o equatoriano eleito terceiro melhor jogador da América em 2015. Bolaños não desembarcou totalmente na Arena. Parece com o corpo aqui e a cabeça na sua calorenta Guayaquil, onde era tratado como rei. Até mesmo na seleção seu desempenho caiu. Está recém voltando de lesão e demandará tempo até estar pronto. E na sua ausência, os guris aumentaram o rendimento e diminuíram seu espaço. Creio que seja uma alternativa boa no banco, mas atrás de Everton na fila.