Na prática, é como se Roger Machado não tivesse saído do Grêmio. Escolhido como interino para a partida deste domingo, contra o Fluminense, na Arena, James Freitas, 48 anos, funcionou, ao longo dos últimos 16 meses, como uma extensão do treinador que deixou o clube na quarta-feira, tamanha a afinidade de conceitos e métodos de trabalho.
Natural de São Lourenço do Sul e ex-preparador físico, James faz parte da comissão técnica permanente do clube, junto com o preparador físico Rogério Dias e o treinador de goleiros Rogério Godoy. O que garante sua permanência independentemente de quem seja o treinador anunciado na próxima semana.
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Para os jogadores, também não há diferenças significativas entre Roger e ele. Até porque muitos dos treinamentos aplicados no dia a dia do clube a partir de maio de 2015 foram elaborados em conjunto pelos dois em demoradas conversas em concentrações ou na sala que a comissão técnica ocupa no CT Luiz Carvalho.
O gosto pela literatura sobre tática de futebol é um ponto em comum entre Roger e James.
-Ele é um estudioso, debulha livros. Não perde a chance de se atualizar - atesta Júnior Chávare, coordenador da categoria de base.
Foi Chávare quem trouxe James do Juventude para o Grêmio, no início de 2013. Queria vê-lo no comando do projeto sub-18, que contava com jogadores como o goleiro Leo, hoje reserva de Marcelo Grohe, o lateral-esquerdo Iago, os volantes Kaio e Walace, o meia Tontini e o atacante Erik, todos atualmente no elenco principal.
Com essa base de equipe, já treinado por James, o Grêmio chegou às quartas de final da Taça BH daquele ano, passando pelo Cruzeiro nas oitavas.
O Grêmio foi o primeiro clube a empregar James como treinador. Só que no futebol feminino, em 2000. Ao todo, já são quatro as suas passagens pelo clube. Nas vezes em que saiu, foi para atuar na base do Inter, no Luverdense-MT e como auxiliar do Guaraní, do Paraguai.
- Ele é inteligente, fala a linguagem dos jogadores. Roger tinha grande confiança nele - afirma Bugre, também convocado por Roger para fazer parte de sua equipe de trabalho.
James sente-se à vontade tanto na frente de um computador, analisando gráficos, vídeos e aplicativos sobre futebol, quanto dentro do gramado, puxando o jogador pelo braço para deixar bem clara a orientação que pretende transmitir. - O ambiente dele é o campo, mas fez questão de se preparar fora para se fazer entender melhor - elogia Chávare.
Se fosse consultado, Beto Almeida, técnico da equipe sub-17 do Grêmio, aconselharia a direção a apostar na efetivação de James Freitas e encerrar agora mesmo a busca pelo substituto de Roger Machado.
É com entusiasmo que ele fala sobre o vizinho de porta, numa rua próxima do shopping Iguatemi, seu auxiliar técnico durante a passagem pelo Guaraní, em 2012.
- Ele é vinho da mesma pipa do Zé Ricardo (auxiliar técnico que assumiu oFlamengo e levou o time às primeiras colocações do Brasileirão). É carismático, bom de vestiário, domina todas as áreas, tanto da fisiologia, quanto tática e técnica - destaca.
O mesmo tom é usado por Lisca, de quem James foi auxiliar em clubes como Luverdense, Brasil de Farroupilha e base do Inter.
- Ele é moderno, muito atualizado, com uma ótima metodologia de treinamento. Está há muitas horas na luta e merece a oportunidade. Torço por ele - diz o atual treinador do Joinville.
Assumir o comando do time em momento de emergência não é novidade para James Freitas. Na noite de sábado, 23 de maio de 2015, comandou o time na vitória por 1 a 0 contra o Figueirense, na Arena, gol do uruguaio Braian Rodríguez no Brasileirão de 2015. Um roteiro vitorioso que ele e a torcida esperam ver repetido neste domingo.
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