Contratado há um mês e meio pelo Grêmio, o zagueiro Kannemann começa a se firmar na equipe de Roger Machado. Com estilo viril, de marcação forte, o argentino mostrou, em dois jogos, que não alivia nas divididas. Será titular contra o Botafogo, domingo, ao lado de Wallace Reis. Com sequência, promete criar uma dor de cabeça ao técnico quando Geromel voltar da Seleção.
Com perfil mapeado pelo Centro Digital de Dados do Grêmio, Kannemann chamou a atenção da direção do clube pela eficiência na bola aérea, principal carência na defesa desde o início da temporada.
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Seu nome era um dos tantos analisados pelo vice de futebol Alberto Guerra para reforçar a equipe. A lista de prospecção contemplava zagueiros de força física, complementares aos estilos de Geromel e de Wallace Reis, que primam pela técnica.
– Foi esta característica que me chamou a atenção. É aguerrido, firme. Ele chegou ao Grêmio com muita vontade de vencer – conta Guerra.
O estilo simples é a marca de Kannemann desde o início da carreira. Revelado pelas categorias de base do San Lorenzo, o zagueiro de 25 anos subiu para o grupo profissional em Boedo no ano de 2011. Repórter da Rádio Mitre, de Buenos Aires, que acompanha diariamente a rotina do clube há 10 anos, o repórter Leandro Alves conta que, desde aquela época, em que foi promovido pelo técnico Ramón Diaz, que recentemente treinou a seleção paraguaia, Kannemann marcava os adversários com firmeza.
– Ele sempre se caracterizou por este estilo duro de jogo. Desde a base, era visto como um zagueiro que não dava nenhuma bola por perdida e sempre jogava em seu limite – observa Alves.
Após a conquista da Libertadores e a disputa do Mundial, sob o comando de Edgardo Bauza, em 2014, Kannemann rumou ao futebol mexicano. Passou dois anos no Atlas, seduzido pelos altos salários ofertados naquele país. Em junho, começou a negociar com o Grêmio.
O desembarque na Arena ocorreu após uma negociação cheia de idas e vindas. Por exigências de última hora do empresário Martin Wainbuch, as tratativas quase foram rompidas. Mas, por desejo do zagueiro, o final foi feliz.
No time de Roger Machado, Kannemann, que também sabe cumprir a função de lateral-esquerdo, pode assumir um papel de liderança. Na opinião do ex-zagueiro uruguaio Atílio Genaro Ancheta, que marcou época no Grêmio entre 1971 e 1979, a chegada do argentino preenche uma lacuna na equipe.
– O Roger ainda não encontrou um líder na defesa. Alguém que fale, que se sinta responsável pelo time. Quem sabe o Kannemann não seja este líder? É claro que ainda precisa de adaptação, mas, com este futebol de força física, tem tudo para conquistar a confiança do grupo – avalia Ancheta.
Os números de Kannemann no Grêmio:
2 jogos
180 minutos
52 passes certos (1 errado)
2 desarmes
6 lançamentos
13 rebatidas de bola
3 faltas cometidas
1 cartão amarelo
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