Ninguém em Curitiba entendeu o sentido do troca-troca de Edinho por Negueba. O Coritiba, com quatro volantes no grupo e na zona de rebaixamento, não precisa de um jogador com características tão defensivas. Conta com João Paulo e Alan Santos, de características menos duras, Cáceres e Amaral, ex-Palmeiras e Goiás, este um camisa 5 de carteirinha. Os jornalistas que cobrem o dia a dia do Coritiba também procuram razões que justifiquem o interesse do Grêmio por Negueba. Irregular, é capaz de grandes atuações, como a de sábado, contra o Corinthians, e de outras discretíssimas, como nas finais do Paranaense, quando inclusive discutiu com torcedores.
Leia mais:
Grêmio será julgado nesta terça-feira no STJD por sinalizadores acesos no jogo contra o Coritiba
Estatísticas: veja números de Negueba, reforço do Grêmio
VÍDEOS: veja lances do atacante Negueba, novo reforço do Grêmio
No Coritiba, Negueba jogou como meia aberto pela esquerda. Ocupava o flanco tanto em esquema com quatro jogadores no meio quanto com três. Conversei por telefone no início da tarde com Cristian Toledon, comentarista da rede RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná, e editor de Esportes do jornal Tribuna do Paraná. Cristian diz que, com Gílson Kleina, Negueba até absorveu alguns conceitos táticos e passou a ajudar mais na marcação. Mas nunca se firmou em 18 meses no Couto Pereira. "Melhorou um pouco, mas não é um jogador confiável", resumiu o Cristian.
Se os paranaenses não compreendem a troca, pelo viés do Grêmio, ela até se justifica. Edinho já não oferecia nada além de sua experiência ao time. Com a volta de Ramiro ao meio-campo, perdeu a condição de reserva imediato. Sua saída pode abrir espaço para jovens como Kaio e Jaílson. Sem contar que significa uma economia. Em Curitiba, a informação era de que Negueba havia ganho aumento em abril, na primeira investida gremista. Como seu contrato acabava em dezembro, o clube o adulou com salto nos vencimentos, de R$ 20 mil para 50 mil. Edinho, certamente, recebia bem mais do que isso. E ainda tinha mais 18 meses de contrato. Aliás, sobre essa renovação, fico como os paranaenses em relação ao troca-troca: sem entender nada.