O Grêmio lutou, mas foi eliminado em casa por uma equipe inferior tecnicamente, uma rotina nos últimos anos. O Imortal amarelou de novo. Faltou um gol na vitória por 3 a 1 sobre o Juventude. A defesa ruim e os erros de planejamento custaram o vexame. O badalado Roger Machado, que é um treinador emergente, coloca no currículo o fiasco de ficar de fora da final do Gauchão.
O Juventude está de parabéns, enquanto o Grêmio terá de reencontrar forças para encarar a Libertadores. Nem o mais otimista dos tricolores confia sem temores em classificação diante do Rosario Central. O Grêmio é um clube que desaprendeu a decidir.
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Pensando na Libertadores, como acreditar no sucesso de uma equipe que num confronto de 180 minutos é eliminada por uma equipe de Série C? Roger, jogadores e direção terão de reconquistar um torcedor que não aguenta mais a rotina de amareladas.
Roger errou no planejamento da semana. Deveria ter poupado contra o Toluca, um amistoso na terça. Foi misto na quinta-feira e levou ferro. Inteiro no domingo, não teve condições de reverter.
O Grêmio criou o suficiente para classificar. Esbarrou na grande atuação do goleiro rival e no erro de Henrique Almeida na bola do jogo. O atacante, que ainda não justificou o investimento, recebeu sozinho e chutou em cima do goleiro. Era a bola da classificação.
Alguns dirão que a eliminação foi uma infelicidade, que o Juventude achou um gol, porém o golpe fatal de Roberson expôs toda fragilidade de uma defesa que a direção reforçou mal e insistiu em deixá-la assim. Palmas para a inércia.
Roberson fez o que quis com Fred até chutar e contar com desvio em Bressan. Ambos estão abaixo do exigido para uma equipe que busca títulos. A direção se fiou que Geromel não seria ausência, mas veio uma caxumba e uma vacinação atrasada do elenco. Perdemos o único defensor de verdade e ficamos mal. Será um milagre não sofrer gol no meio da semana.
Independente do desfecho da Libertadores, o Brasileirão exigirá um companheiro melhor para Geromel. Também exigirá melhores laterais. São pedidos que a torcida faz há meses, mas que a direção ficou surda. Pior, reforçou demais no ataque e de menos atrás, ou seja, pecou nas escolhas e na distribuição dos parcos recursos para contratações. Virgem de títulos, Rui Costa segue de boa com seu salário de executivo de multinacional.
Na soma dos 180, nosso goleiro de seleção falhou feio em um dos gols. Por vezes, Grohe parece um Danrlei ao contrário, quiçá um bom arqueiro de pontos corridos, sem jogos decisivos. Entra ano e sai ano, estando ou não na Libertadores, o Grêmio paga vale no Gauchão. Dói no peito do torcedor saber que o último técnico campeão pelo clube foi Silas, no distante 2010. Em 2016, com o pior elenco colorado da década, o título parecia próximo. A pipocada na hora decisiva deixa o hexa na mão do rival.
É difícil para o torcedor digerir a eliminação e já ter de se reerguer para Libertadores. Falta poder de decisão ao clube, as desculpas sobram, as falhas se repetem, o discurso da direção não embala o time para os títulos, pelo contrário, semeia o conformismo.
Tento buscar ânimo para reação, mas ela terá de vir, principalmente, do elenco, direção e comissão técnica, que nos venderam a ilusão da continuidade como pavimento para títulos. Para a taça regional não foi caminho. Será que vai ser para Libertadores?
Direção, elenco e comissão técnica ainda podem dar a volta por cima. A começar contra o Rosario. Do contrário, ficará a certeza de que temos mais uma geração incapaz de dar as glórias que o Grêmio merece.
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