O Grêmio tem programa para o início da noite desta terça-feira. A partir das 19h30min, no Estádio da Casa Blanca e na altitude de 2,8 mil metros de Quito, a LDU recebe o San Lorenzo no fechamento da primeira rodada do Grupo 6. Será uma amostragem do que estará logo ali adiante na caminhada rumo ao tri da América.
Roger poderá observar, por exemplo, o que os equatorianos poderão fazer na Arena na próxima semana. Uma oportunidade única, na verdade. Desde que começou a temporada, a LDU só jogou uma partida oficial em virtude do calendário um tanto atrapalhado do campeonato do país de Miller Bolaños. Sobre o San Lorenzo, Roger pode analisar como se comportam fora de casa os argentinos do revolucionário técnico Pablo Guede.
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O jogo, aliás, traz uma curiosidade. Nos reservados, estarão dois técnicos argentinos de escolas, geração e mentalidade diferentes. Enquanto Guede, 41 anos, adota um futebol ofensivo e de alta intensidade e usa muito a tecnologia no dia a dia de trabalho, Cláudio Borghi, 51, monta seus times de forma mais cautelosa e aposta mais na intuição e no conhecimento adquirido na longa carreira como centroavante e técnico. A seguir, um breve guia para assistir ao jogo das 19h30min. A Fox Sports transmite ao vivo.
Sem jogar
O maior problema da LDU é a falta de jogos. Desde o início da temporada, Claudio Borghi só comandou a equipe em um jogo oficial, na estreia no Campeonato Equatoriano, quando perdeu para o Delfin, de Manta. Isso foi no sábado de Carnaval. A tabela previa na sequência Emelec e Independiente del Valle. Mas esses estavam envolvidos na Libertadores, e os jogos foram adiados. Para colocar o time em ação, Borghi teve amistosos, contra Espoli (o time oriundo da academia de polícia equatoriana) e o Clan Juvenil, ambos da Série B. Ganhou os dois, mas pouco deu para observar do seu time.
Líder argentino
A virada de ano do San Lorenzo infla de otimismo a torcida. Primeiro, no dia 21 de dezembro, o clube fechou a volta ao seu antigo endereço no bairro de Boedo - depois de anos de negociação com o Carrefour. Agora, começa 2016 com o pé no acelerador. É verdade que houve uma goleada para o Huracán, eterno rival. Mas depois disso veio o 4 a 0 no Boca, com a conquista da Supercopa Argentina, e a liderança do campeonato nacional. São três vitórias e um empate. No sábado, venceu o Vélez em Liniers por 3 a 2, em um jogo de valorizado em Buenos Aires, pelo grau de dificuldade do rival.
Três zagueiros
Desde que substituiu o também argentino Luis Zubeldia, Borghi ensaia na LDU um esquema com três zagueiros. Ele colocou na defesa o argentino Benavides, recém-chegado San Luis, da segundona mexicana, o veterano Araujo, 37 anos, e Romero, de 31. Araujo é, ao lado de Vera, um dos remanescentes da era dourada da LDU, quando ganhou a Libertadores, duas Recopas e a Sul-Americana. A lista de velhos ídolos conta ainda com Luís Bolaños, ex-Inter, de volta depois de empréstimo e que deve ser inscrito por Borghi.
Defesa definida
Pablo Guede anunciou na primeira entrevista no San Lorenzo: "mudarei o time todos os jogos". Até agora, o técnico segue à risca sua promessa. A defesa, porém, é o setor que menos sofre alterações. Guede mantém a linha Torrico, Buffarini. Angeleri, Caruzo e Mas quase sempre. Quase porque, por vezes, também usa o zagueiro Paulo Diaz, trazido do Colo-Colo por indicação sua - havia sido seu jogador no Palestino, do Chile. À frente deles, o técnico fixou o jovem volante Mussi, formado em casa e que destronou Mercier, do time campeão da América e homem de confiança na Era Edgardo Bauza.
Aposta uruguaia
O uruguaio Brahian Alemán foi a grande contratação da LDU para 2016. Um negócio que estremeceu o Equador. Lá, há extrema rivalidade entre os times de Quito e os de Guayaquil. Alemán, um meia técnico formado no Defensor-URU e com rodagem na Argentina, estava no Barcelona, de Guayaquil. Mas aproveitou uma brecha no contrato, ficou livre e se acertou com a LDU. Provocou a ira da torcida do Barcelona, clube mais popular do país. Borghi conta com ele e com Cevallos para criar. Cevallos é filho de José Cevallos, goleiro da LDU campeã da América em 2008 e atual presidente do Barcelona - o que dá ares de novela a essa polêmica toda.
Aposta paraguaia
Quem vê Ortigoza em campo, atarracado e até com uma barriguinha, não aposta nele. Mas com a bola, o paraguaio sabe o que faz. Tanto que mesmo acima do peso consegue se manter como titular incontestável do San Lorenzo. Ele já entrou na galeria dos heróis do clube, com o gol no título da Libertadores em 2014. O técnico Pablo Guede, mesmo adepto do futebol de alta velocidade, se entregou para o paraguaio: "Pode jogar em qualquer posição. Tem o campo em sua cabeça".
Ataque veterano
A LDU, que já teve centroavantes como Bieler e Barcos, reduziu seus investimentos e aposta em 2016 em Tenório, 36 anos e ex-Vasco. Buscou-o em La Paz, no Bolívar. Ao seu lado, estará o meia argentino Diego Morales, 29 anos, de passagem apagada pelo Náutico em 2013. Morales fez só duas partidas na campanha do rebaixamento dos pernambucanos e tomou o caminho de Quito. Na reserva deles, estará Luís Bolaños, ex-Inter, que voltou de empréstimo ao Cuenca.
Ataque indefinido
Do meio para a frente, o San Lorenzo é uma surpresa a cada jogo. Pablo Guede alterna o esquema entre o 4-1-4-1 e o 4-1-3-2. No meio, Ortigoza, Beluschi, buscado na Europa, e Blanco são titulares. Cerutti, comprado ao Estudiantes de La Plata, jogou quase todas e sempre deu resultado tanto na linha de quatro ou na frente, ao lado do uruguaio Cauteruccio. Há ainda Romagnoli, meia, ídolo e líder do vestiário, Blandi, atacante, e Matos, centroavante. Essas alternativas de Guede fazem do San Lorenzo um dos favoritos no Argentino.
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