O Grêmio reencontra o palco do último título da Libertadores na noite desta quarta-feira. Em 1995, o volante Dinho foi o responsável pelo pênalti que empatou o jogo com o Atlético Nacional (COL) e garantiu o segundo título da América para os tricolores. Em entrevista, o ex-jogador lembrou do clima hostil que o Tricolor enfrentou na final e aposta em uma caminhada longa da equipe de Enderson Moreira na competição.
Alexandre Xoxó corria lado a lado com um marcador pela meia esquerda. Aguentou de pé até entrar na área. O passe de Goiano foi com a ponta da chuteira, pelo alto. Quando percebeu que estava dentro do território inimigo, o jogador cedeu e caiu. Pênalti marcado para o Grêmio. O batedor oficial era o camisa 5. Dinho não nega que sentiu o peso do momento. Mas bateu forte, no alto, e deu o título aos gaúchos.
- Já sabia que era eu, na palestra o Felipão tinha falado. Já sabia que era eu. Fui do mesmo jeito que nos outros clubes, já tinha experiência. O nervosismo existe. Aquela caminhada quem disser que não sente é mentiroso. Sente sim um pouco, alguns mais, outros menos - destacou Dinho.
A festa teve um gostinho especial. A noite fora atrapalhada por conta dos foguetes que pipocavam no ar. O vestiário havia sido pintado pouco antes do jogo e estava com forte cheiro de tinta. O ônibus gremista havia sido apedrejado no trajeto ao Atanasio Girardot. Tudo contou para que o elenco extravasasse no hotel.
- Criaram um clima como se fosse de guerra, que antigamente existia muito na Libertadores. Mas hoje não existe mais isso - comentou o ex-jogador.
A confiança de Dinho está alta. O ídolo gremista acredita que os comandados por Enderson Moreira poderão fazer uma boa campanha na Libertadores. Ir longe. Não arrisca até que fase, mas vê um trabalho próximo de atingir o ideal, com a cara do técnico.
- Pode ir muito longe. Pode passar de fase com esse jogo agora na Colômbia. Não é o melhor time, mas é um time que briga de igual para igual com os outros. E o Grêmio deu uma baita de uma sorte em achar esse guri (Luan). Tem muito o que aprender ainda. Mas tem um futuro, já provou isso - elogiou Dinho.