Wanderley Luxemburgo pode observar o desempenho do Grêmio no Gre-Nal acomodado numa das cabines do Beira-Rio. Nome preferido para o lugar de Caio Júnior, demitido domingo, sua chegada a Porto Alegre é aguardada para hoje.
A direção desmente que o acerto com o novo treinador já tenha ocorrido. O diretor-executivo Paulo Pelaipe nega a existência de planos A, B ou C. Disse que o máximo que fez, até agora, foi ter passado ao presidente Paulo Odone "o nome que está na minha cabeça". Até ontem, assegura, ainda não havia recebido "o sinal verde" para abrir negociação. Sobre o perfil, diz apenas que a opção será por um treinador experiente.
- Não temos prazo (para anunciar o nome). Mas ele poderá estar contratado até o Gre-Nal - avisa.
Luxemburgo foi lembrado no final do ano passado, quando Celso Roth anunciou que não iria prosseguir depois de encerrado o Brasileirão. Na ocasião, recusou o convite por estar ainda vinculado ao Flamengo. Mas fez chegar a Odone o seu desejo de um dia treinar o Grêmio.
- Existe interesse de parte dele. É grande a possibilidade de um acerto. Mas as duas partes precisam sentar para se entender. É justo que o Grêmio conheça seus métodos de trabalho- afirma o empresário Gilmar Veloz, que cuida da carreira de Luxemburgo desde que o treinador voltou do Real Madrid, no final de 2005.
Familiares informam que Luxemburgo antecipou seu retorno das férias em Corrientes, na região da Tríplice Fronteira formada por Argentina, Brasil e Paraguai, para negociar com o Grêmio. O mesmo foi feito pelo presidente Paulo Odone, que estava em Punta del Este, e voltou em avião emprestado pelo empresário e conselheiro gremista Alexandre Grendene. Caso saia o acerto, o novo técnico virá acompanhado dos auxiliares Antônio Mello e Antônio Lopes Júnior.
- Falam muitas bobagens. Dizem que Luxemburgo tem uma equipe muito numerosa e multa contratual muito alta. Isso não existe. Seus contratos são todos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Tanto que seu contrato com o Flamengo se encerrou e ele só recebeu o que tinha direito - afirma Veloz.
Caio Júnior foi avisado de sua demissão na noite de domingo. Como não havia treinamento ontem pela manhã, pôde chegar despercebido ao estádio para apanhar seus pertences no vestiário. O técnico optou por não se despedir dos jogadores com quem havia convivido nos últimos 48 dias. Por telefone, pediu ao preparador físico Paulo Paixão que agradecesse ao grupo pelo empenho apresentado. Houve silêncio absoluto dentro do vestiário.
- Caio é um gentleman, uma pessoa de fino trato. Talvez ficasse emocionado na hora da despedida. Eu sei o quanto esse momento é difícil - disse Paixão.
Na véspera, também por telefone, os dois haviam trocado ideias sobre a programação a ser desenvolvida até o Gre-Nal desta quarta-feira.
Ao justificar a queda de Caio Júnior, Pelaipe não teve meias palavras.
- Futebol se faz com vitórias. E elas não estavam vindo. É muito pouco para o Grêmio obter a classificação para as quartas de final somente pelos pontos perdidos pelo Cruzeiro - ressaltou.