Quarta opção como volante quando a temporada se iniciou, Gilberto Silva, 35 anos, ajudou a debelar a primeira crise do ano no Olímpico. Ao mesmo tempo, abalou a convicção de Caio Júnior, que via em Marquinhos a melhor opção para atuar ao lado de Fernando. Elogiado pelo técnico, deve ser mantido contra o Santa Cruz, amanhã, no Olímpico.
Pentacampeão mundial em 2002, Gilberto Silva figurava atrás de Fernando, Rochemback e Léo Gago no início dos trabalhos em Bento Gonçalves. Ao contrário de reclamar, tratou de valorizar o fato de poder realizar uma pré-temporada completa. Contratado em maio de 2011, não teve férias. A musculatura sentiu. Em agosto, precisou parar por lesão na panturrilha.
- Precisei correr atrás. Agora, só quero ajudar naquilo que o treinador precisar. Se não jogar, vou respeitar quem estiver no meu lugar. Isso aqui é um grupo - diz, com uma humildade que já chamava a atenção do ex-volante Émerson, também integrante do grupo apelidado de Família Scolari em 2002.
- Esse é o Gilberto Silva que eu conheço. Nunca reclama de nada - elogia Émerson.
Chamado para o lugar de Leandro aos 27 minutos do primeiro tempo do jogo contra o Ypiranga, Gilberto Silva teve a atitude que, até então, faltava ao time, conforme avaliação de Caio Júnior. Os elogios escancarados do treinador indicam que a equipe ganhou um novo titular. Com sua entrada, Marquinhos volta a ser armador, junto com Marco Antônio.
Experiente, Gilberto Silva atribui ao desentrosamento as dificuldades no início da temporada.
- O time perdeu 50% da base do ano passado. Quem chegou precisa se adaptar. E não há tempo. A pressão é muito grande para já começar vencendo. Quando perde um jogo, já vira crise - comenta.
Evitar que a pressão invada o vestiário é a tarefa do grupo nessa hora, observa Gilberto Silva. É isso que Caio Júnior espera do volante. "Orgulhoso" de seu desempenho em Erechim, o técnico espera que ele sirva de exemplo para todo o grupo.
- Gilberto mudou o jogo de hoje por sua liderança, caráter e personalidade. Precisamos de jogadores assim - afirma.
O que dizem sobre ele:
Luiz Felipe Scolari, treinador campeão pentacampeão mundial em 2002
"Gilberto Silva é um jogador com uma liderança e um caráter que fazem falta a qualquer grupo. Além de bom jogador, contribui para que distensionar o ambiente nos momentos de dificuldade que qualquer time enfrenta ao longo de uma campanha ".
Cafu, capitão da equipe pentacampeã em 2002
"Assino embaixo tudo o que Caio falou sobre o comportamento dele. É uma liderança nítida, um grande ser humano. É o chamado líder que não aparece para o povo, para a torcida, mas é indispensável para a equipe. Além de tudo, é um jogador sensacional. Sei que está confiante, por ter recuperado a melhor condição física. Como amigo, gostaria que ele fosse titular do time do Grêmio. Mas não vou colocar o treinador nessa fria de pedir para escalá-lo (risos)."
Émerson, volante que, ao ser cortado por lesão em 2002, deu a Gilberto Silva seu lugar no time
"Sua postura profissional é um exemplo para todo o grupo. Demonstrou isso no ano passado, quando foi contratado para ser volante e não reclamou quando foi improvisado como zagueiro. Não foi uma situação fácil para quem atuou a vida toda no meio-campo. Ele é um líder pelo exemplo, não é aquele jogador de ficar falando alto. No ano passado, o Grêmio me consultou para saber se ele poderia ser a grande liderança em campo. Disse que essa função deveria seguir com Rochemback. Gilberto Silva é um cara reservado, fala pouco. Mas é muito respeitado".
De volta
Gilberto mais: como o volante campeão do mundo retomou seu espaço no Grêmio
Jogador foi considerado destaque diante do Ypiranga e deve assumir titularidade no time
Luís Henrique Benfica
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