Para colocar as mãos no troféu do Gauchão no sábado (2), os jogadores do Ypiranga enfrentarão o Grêmio e as estatísticas. Na Arena, a equipe de Erechim precisará superar situações que variam entre o raro e o inédito. Toda a campanha do clube no Estadual foi baseada nos jogos no Colosso da Lagoa, onde tinha 100% de aproveitamento até perder para o Tricolor. A derrota por 1 a 0, em casa, obriga a equipe de Luizinho Vieira a vencer pela primeira vez como visitante. Detalhe: nunca superou o Grêmio na Capital.
O histórico do Gauchão também não é animador para o Canarinho. Somente uma equipe do Interior consegui ser campeã gaúcha após ter perdido o primeiro jogo da final para um adversário da Capital. Foi em 1935, feito obtido pelo Farroupilha/9º Regimento, de Pelotas. Confrontos entre Interior e Capital, segundo levantamento de Marcos Bertoncello, plantão esportivo da Rádio Gaúcha, decidiram o Campeonato Gaúcho em 44 oportunidades. Somente em nove delas a taça não foi vencida por um time da principal cidade gaúcha. E apenas em 1935 a derrota inicial foi revertida.
1935
O primeiro título do Interior com mais de um confronto contra uma equipe da capital ocorreu em 1935. O Grêmio se classificou para disputar o Gauchão ao vencer o torneio Citadino daquele ano. No jogo que decidiu o título, o Tricolor venceu o Inter por 2 a 0, no famoso Gre-Nal Farroupilha, última partida do goleiro Lara pelo clube.
Na decisão estadual, a equipe gremista enfrentou o Farroupilha/9º Regimento. No primeiro jogo, vitória tricolor por 3 a 1, no Timbaúva. Na segunda partida, a equipe de Pelotas venceu por 3 a 0, nos Eucaliptos. No jogo de desempate, triunfo dos pelotenses por 2 a 1, novamente no Timbaúva.
O regulamento era diferente do atual, prevendo um terceiro jogo em caso de dois vitoriosos nos confrontos iniciais. Caso fosse o regulamento deste ano, o Farroupilha teria se sagrado campeão no segundo jogo devido ao saldo de gols.
Há um outro diferencial em relação a 2022. Todo o torneio foi disputado em Porto Alegre. O Gauchão era formado pelos campeões regionais. Além dos finalistas, Grêmio Santanense, Novo Hamburgo, Guarany-Ba e Riograndense participaram da competição.
Outras finais
A seguir confira como foram as outras finais em que as equipes da capital perderam a decisão para adversários do Interior.
1936 – Rio Grande: o time da cidade de Rio Grande venceu as duas partidas decisivas sobre o Inter. Na primeira, aplicou 3 a 2, em Porto Alegre. No segundo jogo, novamente na capital, novo triunfo, desta vez por 2 a 0. Foi a última vez que um clube fora da principal cidade do Estado foi campeão até o título do Juventude em 1998.
1998 – Juventude: o time da Serra encaminhou o título no Alfredo Jaconi. Na ida, os caxienses venceram por 3 a 1, com dois gols de Flávio e um de Lauro. Christian descontou para os colorados. No Beira-Rio, o Ju segurou 0 a 0 para ser campeão.
2000 – Caxias: sob o comandado de Tite, o Caxias superou o Grêmio, de Ronaldinho Gaúcho. No Centenário, o 3 a 0 foi construído com gols de Gil Baiano, Ivair e Marcio Han. Na volta, o 0 a 0 no Olímpico foi suficiente.
2017 – Novo Hamburgo: o NH foi campeão com dois empates. No primeiro confronto, 2 a 2 no Beira-Rio. No Estádio do Vale, 1 a 1 e vitória por 3 a 1 nos pênaltis.
Outros títulos: em outras quatro oportunidades o Interior levou vantagem sobre a Capital. No primeiro Gauchão, em 1919, o Brasil-Pel bateu o Grêmio por 5 a 1 em jogo único. O mesmo fez o Bagé em 1925, com a vitória por 2 a 1. Cinco anos depois, o Pelotas ergueu a taça após empate em 3 a 3. Por fim, em 1933, o São Paulo fez 2 a 1 no Grêmio.