Neymar, Leandro Damião, Fábio Baiano, Djalminha... e Gedeilson. O lateral-direito do Ypiranga entrou para o seleto grupo de jogadores que não se intimidaram, criaram coragem, tentaram e conseguiram aplicar uma lambreta no adversário. Claro que o gol de Lucas Silva no final do jogo foi o lance mais importante da final do Gauchão. Mas o drible do capitão canarinho já está separado para virar vinheta de programas de TV.
Eram 34 minutos do primeiro tempo. O Ypiranga não jogava bem e só não estava perdendo graças à imperícia do Grêmio e à sorte do time da casa. Foi quando o lateral, um dos poucos que fazia boa partida, encarou Diogo Barbosa. Percebendo o espaço, fez a bola encaixar entre seus dois tornozelos e, com um movimento de pernas, transportou-a por cima de sua cabeça e passando sobre seu adversário. Pegou do outro lado.
A curiosidade sobre esse lance é que o primeiro registro deste drible é de 1968. Pelo Santos. Mas não por Pelé. Em um jogo contra o Botafogo, de Ribeirão Preto, o ponta-direita Kaneko deixou para trás o adversário usando esta técnica. Da ação saiu o gol do centroavante Toninho. O primeiro nome dado ao drible foi "balãozinho psicodélico".
Das lambretas gaúchas mais famosas, como a de Fábio Baiano sobre o Oriente Petrolero em 2002 e a de Damião em cima do Juventude em 2011, há coincidências. Em ambas, não foram os autores dos dribles os responsáveis por colocar a bola na rede. Rodrigo Mendes marcou para os tricolores, Tinga para os colorados. A de Gedeilson entra na galeria dos momentos inesquecíveis, mas infelizmente para ele, não virou assistência. Seu cruzamento foi interceptado por Lucas Silva. Isso não impediu, porém, que o estádio viesse abaixo. O técnico Luizinho Vieira aplaudiu:
_ O Ypiranga é assim. Tem que tentar jogar. Se tiver que dar uma lambreta ou fazer algo diferente, pode tentar. O futebol é plástico também. Sou a favor do futebol bem jogado, que traz mágica.
Gedeilson tem contrato com o Ypiranga. Chegou a ser sondado pelo Juventude, mas não houve avanços. Melhor para o time de Erechim, que tem uma lambreta solta pela lateral direita.