Não queria estar na pele do presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto Neto, nestes cinco primeiros meses do ano. Se houvesse um ranking dos homens mais pressionados do mundo, podem ter certeza de que Novelletto seria top 10 entre janeiro e maio. Todos os anos. O que o leva a tomar decisões sem sentido nas semanas decisivas do Gauchão, o campeonato que ele organiza e Grêmio e Inter fazem de conta desdenhar.
Não é razoável começarmos a semana do jogo mais importante da temporada do futebol gaúcho sem saber onde ele será. Fruto da pressão, Noveletto não vetou totalmente o Estádio do Vale e decretou o Centenário como sede definitiva por medo da reação. Não vetou um estádio sem a capacidade mínima por estar na mira da metade azul do Rio Grande. O estádio do Novo Hamburgo, convenhamos, não oferece condições mínimas para abrigar uma final. O que lamento.
O Noia, pelo futebol que jogou o campeonato inteiro, merecia abrigar a decisão em sua casa. Mas não podia, por falta de estrutura e por não cumprir a tempo as normas de segurança. Paciência. O que fez Novelletto, com medo da reação? Deu mais prazo e esperou a liberação do projeto de instalações de arquibancadas móveis até a última hora.
Não podemos chegar a seis dias do jogo esperando instalação de arquibancadas móveis. Isso tudo desvaloriza o Gauchão. Será que nunca conseguiremos avançar e nos livrar dessas disputas comezinhas? Será que nunca veremos o Gauchão como um produto a ser bem vendido? Será que seremos sempre assim tão provincianos?
É muita disputa de força, é muita queda de braço. E isso que se trata de um campeonato do qual desdenham. Imagine se eles dessem valor.