O Novo Hamburgo arrumou uma forma de driblar as dificuldades. Por isso, chegou à final do Gauchão e pode acabar como melhor time do campeonato, mesmo que não leve o título. Estive no Estádio de Vale na tarde desta quarta-feira. Acompanhei boa parte do treino.
O ambiente é o melhor possível. Sente-se a leveza que vive o clube no sorriso dos jogadores, na conversa com os dirigentes e até no bolo com cafezinho servido à imprensa, um mimo que provocou brincadeiras dos setoristas dos veículos do Vale do Sinos.
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A leveza só perde um pouco do espaço quando se fala a respeito de dinheiro. O clube não se conforma ainda com a decisão tomada em assembleia, de que haverá prêmio para o melhor do Interior, desde que ele chegue do terceiro lugar para baixo. O Noia está a dois jogos de fazer história e ganhará como prêmio a renda. Nada mais.
Conversei com o presidente Juarez Radaelli. Ele ainda não sabe como será a vida na Série D. Nem se será possível repetir a estratégia de 2016, quando o grupo atual começou a ser montado. Dos 30 jogadores, 12 estavam na equipe que foi vice-campeã da Copa Metropolitana. Entre eles, os titulares Matheus, Julio Santos, Amaral, Preto, Jardel e Juniinho. Mais de meio time. Foram feitas contratações específicas.
A fórmula deu tão certo que se virou contra o clube. O time inteiro se valorizou e está arrumando as malas. Muitos deles vão jogar a Série B. Não há dinheiro para segurá-los. Nem para deflagrar um planejamento visando ao segundo semestre. O Novo Hamburgo paga caro porque acertou. E isso mostra que a fórmula atual do nosso futebol gaúcho precisa ser revista. Ou os clubes do Interior definharão até sumirem.
*ZHESPORTES