Sorteado para apitar o Gre-Nal 405 de domingo na Arena, Anderson Daronco se diz um homem de sorte. O árbitro, que comandará seu segundo clássico na carreira - o primeiro foi em agosto do ano passado, no Beira-Rio -, vive um momento especial.
Anderson Daronco será o árbitro do Gre-Nal 405 na Arena
Não só recebeu o escudo Fifa em janeiro, como também já é reconhecido como um dos nomes em ascensão no cenário nacional. Com 1m88cm de altura e porte de jogador de rúgbi, Daronco é figura inconfundível em campo.
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Mas deseja ser reconhecido por seus acertos na arbitragem e não por sua forma física. Em entrevista a ZH, Daronco fala de sua expectativa para o clássico da Arena.
O que você espera do Gre-Nal de domingo?
Que seja uma excelente partida e as equipes coloquem em prática o que estão apresentando. Que o Gre-Nal seja disputado apenas nas quatro linhas e a atuação da arbitragem legitime o resultado do jogo. Também torço para que entre em prática o discurso da paz nos estádios. E que isso vire rotina nos próximos Gre-Nais, que sejam marcados pela civilidade.
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Será seu segundo Gre-Nal. O que ficou de lição do primeiro?
Presenciei na prática o que muitos me diziam. É uma partida diferente, algo que você só sente no campo. O Estado para para assistir ao jogo. Serviu de lição para minhas atuações futuras.
Por ser uma final, será mais complicado apitar?
Gre-Nal é sempre Gre-Nal. Pode ser amistoso ou valer título. Mas é claro que por ser uma final, a repercussão das nossas ações serão maiores. A cobrança é maior neste sentido. Mas a equipe designada para a arbitragem está preparada para fazer um bom trabalho.
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É melhor apitar no primeiro ou no segundo jogo da final?
Tenho que me concentrar no primeiro. Fui escalado para este jogo, não cabe a mim ficar escolhendo partida. A gente busca fazer o melhor trabalho possível. Cada jogo tem suas peculiaridades, mas queremos elevar o nível da arbitragem. Para que ao final do campeonato se fale bem de nosso trabalho.
Será seu primeiro Gre-Nal com escudo Fifa.
É um sonho, uma meta na minha carreira que foi atingida. Ano passado apitei o Gre-Nal como aspirante Fifa e minha atuação pode ter sido determinante para alcançar o escudo. É uma grande responsabilidade representar o Rio Grande do Sul no Brasil ou no exterior. A motivação fala por si só nesse sentido.
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Os jogadores mudaram o comportamento com você?
Tem esta questão da credibilidade. Em já tinha conquistado um bom grau antes mesmo de ingressar no quadro da Fifa. Com o passar do tempo, a gente fica mais experiente e tem mais rodagem. Assim, os jogadores conhecem nosso trabalho e enxergam a seriedade em nossas decisões. É um processo natural e o escudo da Fifa reforça esta caminhada.
Como lidar com a pressão de um Gre-Nal?
Temos que atuar com naturalidade. Sou conhecedor do que este jogo significa para o Estado. Mas também conhecedor do que envolve para mim, do que almejo na minha carreira de árbitro. Por isso, farei o melhor trabalho possível para que o meu nome não tenha destaque na partida. O objetivo é legitimar o resultado do jogo.
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Você fará alguma preparação especial?
Não tenho nenhum ritual específico. Gosto de descansar muito antes da partida e elaborar um bom plano de trabalho junto aos assistentes. É estudar e me concentrar na partida que vou atuar.
Você fará concentração antes do Gre-Nal? É igual aos jogadores?
Ainda não está definido. Mas é algo que te faz evitar as questões do dia a dia, como o contato com o torcedor. Além disso, une a equipe que vai atuar em um jogo importante. Já estive em outras concentrações, seja como quarto árbitro ou principal. Nós discutimos a partida, o que esperamos do jogo e traçamos nosso plano de trabalho.
Como será seu plano de jogo?
Não somos videntes, cada jogo tem suas peculiaridades. Nós discutimos situações que podem acontecer, seja de aspecto técnico ou disciplinar, para adotar um procedimento. Algumas decisões necessitam de trabalho em equipe, então temos de conversar e estabelecer como será este contato.
Você irá coibir reclamações de jogadores e técnicos?
Não gosto de entrar muito neste ponto. Sempre há o risco de contradição entre o que você diz e o que faz no campo. Cada situação exige uma avaliação. Essa questão é muito discutida entre os árbitros. O que posso dizer é que obedeceremos as normas da competição. A gente procura coibir o comportamento inadequado nas áreas técnicas.
Seu tamanho intimida os mais reclamões?
Creio que o que faz os atletas e treinadores terem respeito é o grau de acerto nas decisões. Não adianta colocar o Hulk para apitar se ele errar todas, ninguém vai respeitá-lo. Esse é o xis da questão. A credibilidade do árbitro está relacionada às suas decisões. Só assim você será respeitado e não por aspectos físicos.
É o momento ideal em sua carreira para apitar o Gre-Nal?
Gostaria de atuar em Gre-Nal todo o mês. É um sonho para os árbitros gaúchos. Quando eu fazia o curso de arbitragem, ficava pensando se teria essa chance. É um momento que a gente sempre espera. Se jogadores gostam de atuar em partidas desta natureza, nós da arbitragem também. Sempre é um excelente momento para apitar uma partida assim.
Gre-Nal 405
Daronco: "Não adianta colocar o Hulk para apitar se ele errar todas"
Árbitro foi sorteado para comandar o clássico de domingo, na Arena
Adriano de Carvalho
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