A decisão desta noite não é para Leandro Damião, do Inter, ou Kleber, do Grêmio. Os atacantes que têm a chance de dar a Taça Piratini aos seus clubes são Juba, do Novo Hamburgo, e Vanderlei, do Caxias. O jogo em que o Interior define o primeiro turno do Gauchão começa às 22h, no Estádio do Vale, com transmissão pela RBS TV.
Juba
Ele está longe de ter o porte físico de um centroavante trombador. Isso, no entanto, não impediu que Juberci Alves da Cruz chegasse à artilharia da Taça Piratini (ao lado de Zulu, do Juventude). Com sete gols, Juba, atacante do Novo Hamburgo, espera fazer história hoje, na final do primeiro turno do Gauchão.
Nômade é uma boa definição para o jogador de 27 anos nascido em Ivaiporã, no Paraná. Desde que se tornou profissional no Operário de Ponta Grossa, aos 19 anos, Juba já passou por 10 clubes. A melhor fase vivida até agora havia sido no Panambi: foi vice-artilheiro da Série B do Gauchão 2009 com 15 gols.
- Esse é o meu melhor momento. Já rodei muito, agora estou conseguindo o meu espaço - afirma.
Para Juba, viver de malas prontas e trocando de cidade não tem sido fácil. Por isso, a boa fase é atribuída à continuidade do projeto do Novo Hamburgo. Mesmo com uma saída por empréstimo no ano passado para a disputa da Divisão de Acesso do Gauchão e da Série C do Brasileirão pelo Brasil de Pelotas, o atacante joga pelo clube do Vale do Sinos desde 2009.
A pedido do técnico Itamar Schulle o camisa 11 tem jogado pelos lados do campo, além de voltar para ajudar na marcação. A aplicação rende elogios do comandante.
- Quem sabe eu consiga fazer um gol nessa final - sonha Juba.
Vanderlei
Ele não tem medo de zagueiro com cara feia. E isso, no Gauchão, faz a diferença. A velocidade e a ousadia para desafiar os adversários são marcas do primeiro jogo em que vestiu a camisa 9 do Caxias. E o técnico Paulo Porto confia nele para atacar o Novo Hamburgo, às 22h de hoje, no Estádio do Vale.
O atacante mostrou serviço logo de cara. Depois de disputar apenas alguns minutos do confronto diante do Lajeadense, fez o gol da vitória em Ijuí, contra o São Luiz. A partir daí, ganhou a vaga de titular e tornou-se um dos artilheiros do Caxias no Gauchão, com três gols.
Hoje com 24 anos, Vanderlei começou a jogar com 21 anos. Não passou por categorias de base de nenhum clube. Era professor de uma escolinha de futebol em Rio Preto (MG) quando foi chamado para um teste. Natural de Valença, no Rio, e criado no interior de Minas Gerais, Vanderlei disputou a Série C com o Santo André (SP), em 2011. Na competição, marcou um gol no Centenário e praticamente tirou as chances de o Caxias subir. Neste ano, com a reformulação do grupo e o Gauchão em curso, virou protagonista.
- É um grupo batalhador, vencedor e muito unido. Tudo tem sido novidade para mim.
O jovem jogador disputará hoje à noite sua primeira final. Para controlar a ansiedade, ouve música sertaneja. Com os pés no chão e respeitando o adversário, Vanderlei quer ser decisivo:
- De nada vai adiantar a nossa campanha se não vencermos a final. Estou confiante. E com essa confiança, fazemos as coisas sem medo de errar.