Aos 42 anos, o ex-jogador de futsal Ricardo Hoffmann, o Picolé, vai para a quarta temporada como treinador do Lagoa Esporte Clube. Neste ano, ele comandou o time no título da Taça Farroupilha Região Serra e nas campanhas até as quartas de final do Gauchão e até o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Ligas de Futsal, realizado no Amapá, no norte do Brasil.
Picolé é um nome conhecido no meio do futsal, principalmente em Lagoa Vermelha. Como ala/fixo, atuou no Lagoense em 1997, 1998 e 2006. Desde 2012, está no Lagoa Esporte Clube, onde encerrou a carreira como atleta em 2019 e deu início à trajetória como técnico, não só do time principal, mas também das categorias de base.
Em entrevista ao portal GZH, o "professor" Picolé — apelido que ganhou ainda na infância, do avô, por ter os pés gelados — avalia a temporada de 2023 e projeta a próxima temporada para o Lagoa.
Como foi a experiência de participar do primeiro Campeonato Brasileiro de Ligas de Futsal, no Amapá?
Para nós, foi uma grande honra representarmos não só nossa cidade, mas o nosso Estado. O primeiro a gente sempre trata com um carinho especial. Avaliamos essa edição como positiva. Tinha times de 12 Estados diferentes. A nossa equipe chegou em uma colocação honrosa. Até pelo fato de a gente se deslocar até o Amapá e enfrentar a adversidade do calor e da alimentação. A terceira colocação mostra que estávamos no caminho certo. Claro que a gente almejava ser campeão, mas, infelizmente, não conseguimos. O terceiro lugar ficou de bom tamanho.
Você percebeu diferenças entre o futsal praticado no Rio Grande do Sul e o jogado pelos times dos outros Estados que estavam no torneio?
Sim. Cada vez mais eu vejo que o futsal gaúcho é muito forte. Nós vivemos mais o futsal dentro da nossa região. A maioria das equipes da Série A trabalha em dois turnos, de uma forma correta, envolvendo uma estrutura. Percebi a diferença até em conversas com outros Estados que temos uma estrutura melhor, mais profissional, com atletas vivendo só do esporte, ao contrário de outros locais onde os jogadores trabalham e treinam menos. É um diferença um pouco grande. O Rio Grande do Sul tem uma paixão a mais.
Como você avalia a temporada do Lagoa em 2023?
Em qualquer início de temporada você almeja fazer uma equipe competitiva para brigar por título. A tendência é as equipes que mais investem, que trabalham sério, chegarem mais longe. A nossa equipe entra em um grupo médio dentro das competições. Jogamos a Taça Farroupilha e nos sagramos campeões. No Gauchão, conseguimos nos classificar entre os oito primeiros da fase classificatória. Nas quartas de final, estivemos a um passo de chegar entre os quatro melhores. Nos últimos dois anos, nós chegamos entre os quatro, e este ano, infelizmente, não conseguimos. Além disso, jogamos o Campeonato Brasileiro de Ligas de Futsal e chegamos em terceiro. A gente sempre busca o melhor. O título, às vezes, é uma consequência. Depende do momento que tu estás vivendo. Contra o Passo Fundo (quartas do Gauchão), um duelo muito difícil, ganhamos em casa. E, fora, ficamos sem três jogadores. Um por ser expulso aqui, outro por ser expulso lá e outro por se machucar. Três jogadores da minha formação principal. Acho que foi um ano bom.
Você já sabe se vai ficar no Lagoa em 2024?
Sim. Eu renovei, assim como minha comissão técnica, que a maioria é de Lagoa Vermelha. Já estamos pensando em montar a equipe para o próximo ano. Alguns atletas já estão renovados. Alguns manifestaram interesse em ficar, outros já disseram que vão para outras equipes. Já estamos atrás de jogadores, dentro da realidade financeira do clube. Vamos tentar montar uma equipe forte, novamente, para 2024.
Hoje, o futsal gaúcho nos proporciona, como era anos atrás, várias competições. Competições que, se você ganha uma, se habilita para disputar outra. Então, tem vários campeonatos durante o ano
PICOLÉ
Técnico do Lagoa
Quais são os primeiros desafios do Lagoa no próximo ano?
Dia 5 de fevereiro, a gente inicia os trabalhos. A gente vai jogar a Super Taça Farroupilha, que reúne os campeões de 2023. Em seguida, já começa a Taça Farroupilha novamente, na qual jogamos mais dois meses. Depois, já se inicia o Gauchão. Tem também a Copa dos Pampas. Hoje, o futsal gaúcho nos proporciona, como era anos atrás, várias competições. Competições que, se você ganha uma, se habilita para disputar outra. Então, tem vários campeonatos durante o ano.