Ele é onipresente. Não estou falando de nenhuma divindade. Me refiro a Tomer Alberto Savoia. Você provavelmente já deve ter visto essa figura usando uma peruca verde e amarela com um chapéu viking.
Tomer é o capitão do Movimento Verde Amarelo, a espécie de torcida organizada do Brasil em Copas do Mundo. Lembro de ver o Tomer há uma década no extinto CQC, da Band. O quadro que ele produzia e apresentava se chamava Torcida VIP. Como funcionava? Ele e um grupo de malucos pegavam personalidades distraídas pelas ruas e saíam cantando músicas sobre a pessoa. Eu chorava de rir.
A história de Tomer vira de cabeça para baixo em 2018, na Copa do Mundo, quando se transformou em um viral, após invadir um link de um canal de TV russo. Ele gritou que a Rússia era "soda". O momento inusitado fez os apresentadores darem muita risada e rapidamente o brasileiro viralizou.
Ali, a história de Tomer tomava um novo rumo. Virou personalidade nos canais de TV, participou de ações publicitárias e, acreditem, virou tatuagem na pele de seus fãs.
Aqui em Doha, Tomer é onipresente. É fácil cruzar com ele no Media Center, no estádio ou no metrô. Piscou, o paulistano de 37 anos aparece. Durante a Copa, ele produz e capta o próprio material. A edição fica por conta de uma equipe que está no Brasil. A verdade é que Tomer se profissionalizou. Tem contrato com a Netflix, por exemplo, e faz ações da marca por aqui.
Perdeu 25 quilos
Dia desses, eu encontrei o Tomer sentado no chão, enquanto o trem cruzava Doha. Exausto. Perguntei se estava tudo bem, e ele me contou a sua dieta à base de ovos. Chegou com 112 quilos em Doha, um mês antes do Mundial. Está com 87 quilos.
Tomer fala fluentemente inglês, espanhol e russo. É um exímio imitador de sotaques e dia desses apareceu no Domingão do Huck, na Rede Globo. O jornalista é o que tem de melhor o povo brasileiro: trabalhador, bom de improviso e uma simpatia única. O Tomer Savoia é um verdadeiro baluarte da torcida brasileira.