Poucas pessoas no mundo podem recordar com tanta facilidade o voleio do atacante Richarlison como um professor gaúcho. Henrique Kohlund de Castro, 35 anos, tatuou no braço direito o voo do Pombo, que resultou no gol mais bonito da seleção brasileira na Copa do Catar até aqui e um dos destaques da fase de grupos do torneio.
— Ele até se mexe — brinca, balançando a mão.
A base para a tatuagem foi uma foto do inglês Justin Setterfield, da Getty Images. A precisão do desenho chama atenção pelas ruas, conta Castro:
— Meu açougueiro disse que o tatuador tem uma impressora na mão. Tô andando que nem miss na rua, abanando o braço.
O tatuador Clayton Dias, 37, precisou de nove horas para o trabalho.
— É uma tatuagem minuciosa, porque essa imagem ficou muito conhecida, rodou o Brasil e o mundo inteiro — complementa, sobre o esmero exigido.
O processo foi gravado e fez sucesso no Instagram:
Na manhã desta sexta-feira (9), o Reels tinha 32 mil visualizações.
— Ele veio com a ideia de uma silhueta e eu disse que tinha uma proposta diferente. Chegar ao máximo de detalhes da foto. Fiquei bem feliz com o resultado — celebra Clayton, no estúdio Connect Art Tattoo, bairro Cidade Baixa, próximo ao centro da Capital.
Henrique Kohlund de Castro conta que a homenagem teve uma inspiração curiosa: o atraso na transmissão dos jogos na casa dele, em relação à TV do vizinho.
— Meu vizinho ouve antes, tem delay dele pra minha TV. Eu já sabia que sairia um golaço pelos gritos, e fiquei esperando. Quando saiu, eu pensei: “Que gol!” — lembra.
O professor diz ser fã de tatuagens, pela possibilidade de eternizar momentos, como o escolhido. Apesar de ter apenas uma outra nas costas, já planeja a terceira, e é complementar ao golaço do Pombo:
— Vai ser o passe do Vinicius Jr, no outro braço. Pra fechar o gol. O peito cabeludo é a grama — projeta, imaginando um estádio no próprio corpo.
Ouça a entrevista do professor e do tatuador à Rádio Gaúcha: