Apesar da grife de atual vice-campeã mundial, a Croácia chega para enfrentar a Seleção Brasileira, na sexta-feira (9), pelas quartas de final da Copa do Mundo, como azarão. Classificada na segunda posição do Grupo F, atrás de Marrocos, o time croata empatou três partidas e venceu apenas uma no tempo normal no Catar.
Foram dois placares zerados na fase de grupos, contra Marrocos e Bélgica, em jogos amarrados e de marcação forte. Depois, nas oitavas, mais um empate, desta vez em um a um, com vitória nos pênaltis sobre o Japão. O único triunfo nos 90 minutos foi diante do Canadá, uma goleada por 4 a 1.
Com cinco gols pró e dois contra nesta edição do Mundial, a Croácia mostrou dificuldade na criação de jogadas. Porém, apresentou consistência defensiva, tendo um dos zagueiros de maior destaque na Copa até agora: o jovem Gvardiol, do RB Leipzig. Mas o grande nome da seleção segue sendo o experiente Modric, capitão e camisa 10 da equipe.
Pontos fortes da Croácia
A força defensiva foi a base da classificação da seleção croata até as quartas de final da Copa. O quarteto formado por Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa, protegidos por Brozovic, assegurou pontos importantes que levaram a Croácia aos matas. Josko Gvardiol, de apenas 20 anos, mostrou-se seguro atrás e deu qualidade na saída de bola da equipe, sendo o oitavo jogador com mais passes certos no Mundial.
Ofensivamente, o principal trunfo da equipe croata é os cruzamentos em diagonal para a área. A maioria das chances criadas pelo time do técnico Zlatko Dalic começou por um lado e chegaram aos meias ou aos laterais para que a bola fosse invertida até o outro lado para a chegada de Perisic ou Kramaric.
Mesmo assim, a principal referência da Croácia segue sendo Luka Modric. O meio-campista do Real Madrid é o capitão e camisa 10 da equipe, e praticamente todas as jogadas de ataque passam pelos pés dele. Por vezes, atua mais adiando para abastecer os atacantes. Em outros momentos, recua para ajudar na saída de bola. Portanto, é a peça que o Brasil precisa tomar mais cuidado para não dar chance ao azar.
Pontos fracos para o Brasil explorar
Se a qualidade técnica de Modric é um ponto forte da Croácia, a dependência do meia de 37 anos pode ser considerada um ponto fraco do time. Quando é bem marcado, a equipe sofre para fazer a bola chegar aos atacantes em boas condições. Por vezes, ele é obrigado a recuar para ajudar na saída de bola, deixando o ataque desguarnecido. Em outros momentos, avança e a saída de trás ocorre com menos qualidade.
Outro ponto importante taticamente é a ausência de um centroavante de referência. Zlatko Dalic utilizou Petkovic e Livaja na função, mas nenhum conseguiu se firmar após a aposentadoria de Mandzukic, titular na Copa de 2018.
Um detalhe específico para este confronto com o Brasil que pode pesar contra a Croácia é a condição física. Com a classificação ameaçada, a equipe teve de utilizar titulares em todos os quatro jogos até agora na competição. Além disso, o duelo contra o Japão, na segunda-feira (5), foi para a prorrogação e os atletas se desgastaram ainda mais. Portanto, em tese, a Seleção Brasileira chega mais inteira para o jogo.
Por fim, é preciso observar se o lateral-esquerdo titular Borna Sosa estará recuperado de um resfriado que o tirou do confronto com o Japão. Caso ele fique de fora e novamente Barisic seja utilizado, o time croata fica mais vulnerável defensivamente, o que poderá ser explorado pelo Brasil.