A vibração de abrir dois gols de diferença contra a França na final da Copa logo deu lugar à aflição. O segundo tempo veio e com ele o empate da seleção francesa. Mesmo assim, a torcida, que estava no Bar República de La Boca, em Porto Alegre, não deixou de ovacionar o gênio do time.
O nome de Lionel Messi era o que saía da boca da torcida a cada dois minutos. E a genialidade do argentino foi o que fez o pequeno Martín Zubaran, de apenas oito anos, chorar. A mãe do Martín, Jocelyn Zubaran, bancária de 43 anos, explica que a torcida é da família inteira:
— Ele tá muito emocionado de já ter visto a seleção dele ser campeã. Meu marido então, que é argentino, nem se fala.
Junto com ela estava o marido, Ricardo Zubaran, de 65 anos, empresário. O argentino vibrou com a família a conquista do tri:
— Um jogo muito intenso, emotivo e foi maravilhoso compartilhar com a minha família.
A mesma emoção foi sentida por Luana Kaderabek, pesquisadora de 42 anos. Luana nasceu na Argentina mas ainda criança se mudou para o Brasil.
— Eu nunca consegui torcer pro Brasil quando joga contra a Argentina. E sempre achei muito sofrido ter ficado todo esse tempo sem ganhar Copa. Então, a emoção hoje foi muito grande.
Junto com ela estava o amigo Fernando Efron, empresário de 38 anos. Ele, nascido e criado na Argentina, ressalta a importante da figura de Messi:
— Maradona se foi, mas nos deixou muitas alegrias. Agora é a vez do Messi. É muito emocionante.
Já na parte de dentro do bar, segurando uma réplica da taça da Copa do Mundo, estava Diones Lisboa, auxiliar de logística de 44 anos. Emocionado, com uma camisa do Maradona na mão e vestindo uma camisa do Messi, disse, às lágrimas
— É muito emocionante, na época de Maradona era outra geração, não tinha tanta televisão. Agora todo mundo conhece o Messi e sabe da garra da seleção argentina. Muito, muito emocionante.
O responsável por reunir todo mundo no República de La Boca é Luciano Griffo, de 44 anos. O dono do bar conheceu a esposa Livia Lehugeur na Copa do Mundo de 2014, e ressaltou a emoção de receber tanto argentino no lugar:
— Vieram mais pessoas do que esperávamos, graças a Deus. Nos reunimos aqui e agora é comemorar.
Entre tantos rostos vermelhos, olhos inchados e sorrisos abertos, a emoção tomou conta de todos. A vibração e a garra contagiaram argentinos de nascença, criação e, principalmente, de coração.