A entrevista coletiva do presidente da Fifa, Gianni Infantino, deixou clara a ideia da entidade de modificar o plano inicial sobre a fórmula de disputa da próxima Copa do Mundo, em 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá.
Com 48 seleções, o planejamento inicial era de 16 grupos com três seleções cada. Mas este formato perdeu força pois, com dois empates, uma seleção poderia conseguir a classificação. Sem falar na possibilidade de resultados de conveniência na última rodada.
Nesta sexta-feira (16), em Doha, após o congresso da Fifa, Infantino falou sobre a questão:
— Quando anunciamos a Copa do Mundo com 48 times, decidimos que seria com 16 grupos de três seleções. Mas preciso dizer aqui que vamos rediscutir isso. Depois desta Copa do Mundo e do sucesso dos grupos de quatro (equipes)... Os grupos foram incríveis, com emoção até o último minuto. Precisamos rediscutir o formato. Pode ser 12 grupos de quatro. Discutiremos nos próximos encontros.
A previsão inicial era de uma Copa do Mundo com 80 jogos (a edição atual tem 64 confrontos), mas, com a provável mudança, serão 104 partidas.
A fórmula favorita para a Copa do Mundo de 2026:
- 12 grupos de quatro seleções
- Se classificam os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos oito melhores terceiros colocados
- Com 32 seleções restantes, a fase eliminatória teria um jogo a mais em relação ao modelo atual (16 avos-de-final, oitavas-de-final, quartas-de-final, semifinal e final)
Consequências
Com o novo formato, o número de cidades-sede vai dobrar, com 16 estádios em 2026 contra oito da edição atual, aumentando assim o quebra-cabeça financeiro e ambiental que envolve as longas distâncias a serem percorridas.
Outra consequência da mudança será o aumento da receita da Fifa, cuja grande parte dos benefícios vem da organização da Copa. A entidade acaba de anunciar uma previsão orçamentária recorde de 11 bilhões de dólares para o próximo ciclo 2023-2026, bem acima dos 7,5 bilhões em uma Copa do Mundo com 32 seleções.
Otimismo
Sunday Oliseh, integrante do Grupo de Estudos Técnicos (TSG) da Fifa, acredita que a irrupção das nações mais modestas não vai baixar o nível de jogo da competição. Como argumento, ele se baseia nas reviravoltas que aconteceram na Copa do Mundo do Catar:
— Não acho que a qualidade (do jogo) vá ser afetada. Muito pelo contrário, vimos a Arábia Saudita jogar sua primeira partida (vitória por 2 a 1 contra a Argentina) e foi magnífico.
Já o brasileiro Ronaldo Fenômeno, duas vezes campeão mundial (1994 e 2002), também se mostrou favorável à ampliação.
— Acho que vale a pena esse formato, que dá a oportunidade a outros países de participarem dessa grande festa — disse o ex-atacante. — Não vai baixar o nível técnico das próximas edições, só vai aumentar o número de convidados.