O segundo treino da Seleção Brasileira teve apenas meia hora aberta para a imprensa. Mas foi possível assistir à conversa de Tite com os jogadores, em que mostrou numa tela de TV de 50 polegadas o que pretendia no trabalho que seria realizado.
O campo foi reduzido, com o técnico usando dois terços dele. César Sampaio e Matheus Bachi fizeram marcações e colocaram uma goleira na intermediária de um dos lados do gramado.
Ou seja, o trabalho longe dos olhos dos repórteres teve, provavelmente, o time da estreia sendo testado em espaço reduzido. O que será o roteiro da partida contra a Sérvia, um time de boas estatura e base física e que possivelmente marcará o Brasil com as linhas baixas.
Tite levará até a hora do jogo o mistério sobre o time da estreia. Há apenas uma única interogação: Fred ou Vinícius Júnior. O que parece exótico, afinal, são jogadores de características diferentes e funções diferentes.
Mas há uma explicação bem lógica até. Paquetá, numa formação mais ofensiva, recuaria e seria um segundo de meio-campo, com Vini Jr. aberto do lado esquerdo, Raphinha do lado direito, mais Neymar e Richarlison.
Se ele optar por Fred, Paquetá é quem atuará aberto na esquerda, e Vini Jr, começará no banco. Tudo isso, no entanto, será levado como segredo até o jogo. Até porque, nesta terça-feira, o Grand Hamad Stadium, CT do Brasil em Doha, será lacrado. Ninguém, além de Tite e dos jogadores, entrará no no estádio.
TROCA DE GENTILEZAS COM O XEQUE
Antes do treino da Seleção, houve uma troca de gentilezas e afagos entre a CBF e o xeque Tamim Fahad Al-Thani, presidente do Al Arabi e manda-chuva aqui no Estádio Grand Hamad, estádio que serve de CT para a Seleção Brasileira. Fahad é da família de Tamim bin Hamad Al Thani, o emir do Catar e, hoje, principal figura da família real.
Enquanto os jogadores aqueciam, três figurões vestidos com a kandura, a roupa branca característica dos homens árabes, e usando ghutra, aquele lenço na cabeça, entraram no gramado. Traziam sacolas vermelhas.
Logo, se formou uma pequena roda, Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF, recebeu camisa do Al-Arabi. Imediatamente, retribuiu com uma camisa da Seleção para cada um deles. Depois de posarem para o fotógrafo da CBF com os presentes, os três catares deixaram o estádio.
O Brasil assumiu o Grand Hamad Stadium no dia 1º de novembro. Empreendeu uma transformação visual nos vestiários do estádio. Trocou o vermelho e branco das paredes, em listras horizontais, por um envelopamento em azul, verde e amarelo.
Pelo acordo firmado com a Fifa, a CBF precisa entregar o estádio como recebeu. Embora, acredito ser difícil que os árabes deixem sair das paredes o mural com as cinco conquistas de Copa e algumas imagens estampadas nas paredes.