Pouco menos de 600 metros separam a antiga casa dos Messi da Escuela N. 66 de Las Heras. Todos os dias, o pequeno Lionel percorria parte desse trajeto, que é quase todo um enorme terreno abandonado, com uma bola nos pés. Verdade seja dita, inclusive pela professora Andrea Sosa, sua "maestra" até os 12 anos. Ele não era lá muito fã da escola. Ia porque era obrigado. E porque no recreio podia jogar futebol. E de futebol, já sabia muito.
Lionel era "famoso" na escola. Não por trabalhos brilhantes ou mau comportamento. Dentro da sala, era discreto. Cumpridor. Mas o que fazia na educação física, no recreio e nos torneios escolares chamava a atenção.
— Quando estava na quarta série e estudava à tarde, um grupo de alunos da sexta, que vinha pela manhã, pediu autorização para escalá-lo. Teve uma grande argumentação e, quando aceitamos, ele nem pensou duas vezes. Cedinho já estava aqui. Óbvio que ganharam o campeonato — recorda a professora Andrea Sosa, a "maestra" de Lionel, que diz adorar o Brasil e já tirou férias até na Praia do Cassino.
Ela ostenta, orgulhosa, a última foto que tirou com o aluno (agora mundialmente) famoso em 2007. Em uma visita a Rosario, passou para participar do aniversário do colégio. Foi o maior acontecimento da escola em todos os tempos.
— Ele era muito bom de bola, sem dúvidas. Mas daí a imaginar que seria o melhor jogador do mundo, não tinha como. É incrível no que se transformou aquele menino magrinho e doce — derrete-se Andrea.
O sonho da maestra é abraçar mais uma vez o "flaquito" Lionel. E agradecer por tudo o que tem feito pelo país. E pelo bairro.