Ainda faltavam sete horas para começar jogo contra a Suíça, e os brasileiros já começavam o aquecimento para esta segunda-feira (28). Chegando no estádio dos contêineres, ouvi um grito:
— Olha, a RBS no Catar!
Rapidamente percebi que era uma família de gaúchos. Ansiosos para o jogo, não quiseram ficar no hotel e deixar para chegar mais perto da hora da partida. Estavam tirando foto perto de uma réplica gigante da taça do Mundial. O troféu não estava ali, foi colocado nos últimos dias. Seria para dar sorte ao maior campeão da história da Copa?
Me aprocheguei, cumprimentei o pessoal, conversamos e em poucos minutos o assunto já era Grêmio e Inter. Gaúcho que é gaúcho sempre puxa a brasa para o seu assado. Eles me contaram quem era tricolor, quem era colorado. Rolaram algumas cornetas e provocações. Pronto! A Copa do Mundo estava Grenalizada.
Quando voltamos a falar do jogo do Brasil, declararam torcida, em especial, a um "dos nossos".
— O goleiro Alisson vai brilhar logo mais — concordaram todos.
A torcida sincera para o conterrâneo seria um prenúncio de dificuldades com o poderio ofensivo da Suíça? Olho aberto com Shaqiri e Embolo — o primeiro é o meia armador e craque do time e o segundo o goleador da equipe adversária.
Bom, com ou sem premonição, o grupo gaúcho estava confiante e munido daquilo que, para eles, daria sorte: o Canarinho, mascote da seleção — que hoje não vai ficar pistola — e ainda a bandeira do RS.
"Tamo junto"
Antes de chegar na Arena 974, encontrei ainda quatro paulistas na estação do metrô, sorridentes e animados. Eles iam ao mercado, pegar algo para o café da manhã/almoço, e depois partiriam para o palco do jogo.
— Não vamos poder entrar tão cedo, mas já vamos para lá, ficar no entorno — falou a torcedora empolgada.
Disse a eles que gostaria de conversar com todos ao vivo, para a RBS TV. Se poderiam esperar mais um pouquinho. Eles concordaram e ainda completaram:
— Teremos uma surpresa para mostrar na TV. Você vai gostar!
Perguntei o que era, mas os torcedores não quiseram me contar num primeiro momento. Fiquei um pouco apreensiva, mas confiei que seria algo realmente legal. Eles eram muito simpáticos, ficaram contentes em encontrar uma jornalista brasileira, assim como eu estava contagiada pela alegria deles.
Faltando três minutos para entrar ao vivo, eles tiraram da mochila um enorme camisetão, nas cores do Brasil. Tinha uns 5 metros de largura. Um a um foi colocando a cabeça no que seriam as "golas". De repente, abriram aquele camisetão e tinha a inscrição: "tamu junto".
Que galera gente boa. Cheguei a pular abraçada neles cantando alguma música do Brasil que já nem me lembro agora. É muito bom saber que temos várias pessoas por aqui com quem podemos estar junto.