Depois de sofrer nove faltas em pouco mais de uma hora de futebol e sair de campo chorando por conta de uma entorse no tornozelo, Neymar novamente será desfalque da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo por lesão. Nesta segunda-feira (28), de jogo contra a Suíça, no entanto, sua ausência deve ser menos sentida do que no 7 a 1 para a Alemanha, em 2014. Isso porque há mais opções ofensivas para substituí-lo no time titular e porque não se trata de um jogo tão decisivo quanto à semifinal daquela Copa disputada no Brasil.
De lá para cá, o histórico de lesões tirou o camisa 10 de momentos importantes da Seleção sob comando de Tite. O técnico gaúcho assumiu a equipe em 2016 e precisou disputar a primeira principal competição do ciclo sem sua referência técnica. Somando todos os 77 jogos por Copa América, amistosos e as Eliminatórias para a Copa do Mundo, Neymar ficou fora de 25 deles. Assim, a quantidade de vezes que a equipe foi a campo sem poder contar com o atacante do PSG tornou o time menos dependente dele, problema que era apontado no ciclo anterior.
Na Copa América de 2019, uma lesão no mindinho tirou Neymar da competição. Everton, então atacante do Grêmio, foi o substituto no lado esquerdo do ataque. O jogador do Tricolor terminou a competição como artilheiro, participação que alavancou sua venda ao Benfica, de Portugal, na temporada seguinte.
Já na mesma competição, em 2021, com Neymar, a Seleção não teve a mesma sorte. O segundo torneio sulamericano disputado no Brasil, em meio a um cenário de mortes e internações por covid-19, não teve um desempenho equivalente de Everton, Roberto Firmino e Gabigol, que tampouco conseguiram chegar à Copa do Mundo, nem de Richarlison, Vini Jr. e Lucas Paquetá, substitutos de Neymar quando TIte buscava alternativas para aquela posição.
O grande trunfo para a Copa do Mundo é um momento mais maduro de Vini Jr. e Rodrygo, destaques da temporada do Real Madrid campeão da Champions League com gol dos brasileiros na decisão. Além deles, a estrutura do meio de campo com Fred e Lucas Paquetá, jogadores da confiança de Tite para apoiar o setor ofensivo, também se mostra promissora em testes da equipe sem Neymar ainda em 2022.
Em 27 de janeiro, a Seleção empatou com Equador em 1 a 1, e em 1º de fevereiro, a venceu o Paraguai pelas Eliminatórias por 4 a 0. Sem Neymar, os gols foram marcados por Casemiro, Philippe Coutinho, Raphinha, Antony e Rodrygo. O meio de campo destes dois jogos era composto por combinações entre Casemiro, Fred, Lucas Paquetá e Fabinho, em partidas utilizadas pelo treinador para fazer testes na equipe. A rodada seguinte também foi disputada sem Neymar. Richarlison duas vezes, Paquetá e Bruno Guimarães garantiram uma goleada sobre Bolívia, no final de março, em novo teste de esquemas táticos para a Seleção.
Os números
SEM Neymar
25 jogos
17 vitórias
6 empates
2 derrotas
76% de aproveitamento
54 gols marcados (2,16 por jogo)
8 gols sofridos (0,32 por jogo)
1 título de Copa América (2019)
COM Neymar
52 jogos
41 vitórias
8 empates
3 derrotas
84% de aproveitamento
118 gols marcados (2,27 por jogo)
22 gols sofridos (0,42 por jogo)
1 vice-campeonato de Copa América (2021)