O maior torneio de futebol do mundo vem aí e não faltam estrelas que merecem atenção dos torcedores, do gol à linha de frente, entre as 32 seleções que se enfrentam no Catar a partir do próximo domingo (20). Não é diferente no meio-campo, onde atuam os craques responsáveis pela conexão da defesa ao ataque.
A seguir, GZH apresenta cinco nomes de volantes para o torcedor ficar de olho durante a competição.
Casemiro — Brasil
Veterano da Copa do Mundo de 2018 — quando um cartão vermelho o deixou fora da disputa contra a Bélgica, que acabaria eliminando o Brasil do torneio — Casemiro volta a vestir a camiseta verde e amarela no Catar.
Natural de São José dos Campos, o paulista de 30 anos é um dos nomes mais conhecidos da Seleção Brasileira, graças a sua premiada trajetória no Real Madrid, que o acolheu quando ele tinha apenas 20. Junto ao time europeu, o volante foi tricampeão espanhol, venceu a Copa do Rei, ganhou três vezes a Supercopa da Espanha, outras três a Supercopa da UEFA, além da conquista de três Mundiais de Clubes da Fifa e outros cinco títulos da Liga dos Campeões da Europa.
Seu prestígio internacional ficou claro até na hora da despedida do clube espanhol, quando elogios brotaram de todos os lados após o anúncio oficial, em agosto deste ano, de que ele estava deixando o Real para seguir rumo ao Manchester United, da Inglaterra — em uma transação que girou em torno de 60 milhões de libras, segundo especulações da imprensa internacional.
"Casemiro é um vencedor em série e um dos melhores meias do mundo, já que seus números falam por si", afirmou no comunicado do clube inglês seu diretor esportivo John Murtough, que também destacou a experiência, o conhecimento e o caráter do volante brasileiro, um dos cotados ao posto de capitão do Brasil no Mundial.
Emile Højbjerg — Dinamarca
Enquanto Casemiro ficou de fora de um jogo decisivo da seleção durante a última Copa do Mundo, Pierre-Emile Højbjerg teve uma experiência ainda mais traumática em 2018: o volante dinamarquês foi cortado do torneio pelo treinador Åge Hareide, devido à controvérsias fora de campo.
Quatro anos mais tarde e, em sua própria avaliação sobre o episódio, mais maduro, o jogador desembarca no Catar aos 27 anos com as bênçãos do novo técnico da Dinamarca, Kasper Hjulmand, que destacou à Fifa que o meio-campista "contribui bastante, tanto ofensiva quanto defensivamente" e "traz enorme paixão" à seleção escandinava, indicada como uma provável "zebra" no torneio após campanhas surpreendentes nas eliminatórias e na Eurocopa de 2020 (chegou às semifinais).
Kasper não é o único encantado com os talentos de Højbjerg. Ao longo dos últimos anos, o dinamarquês foi apontado tanto como queridinho de Pep Guardiola, com quem trabalhou durante sua passagem pelo Bayern de Munique, quanto de José Mourinho, que trouxe o volante para o Tottenham em 2020.
"Bastaram dois treinos para que Pep se encantasse com o futebol de Højbjerg", revelou Marti Perarnau em seu livro Guardiola Confidencial, explicando que o jogador chamou atenção por ter "uma leitura de jogo que lhe permite superar uma linha de cinco rivais com um simples passe". Mourinho, enquanto isso, também não poupou elogios ao rapaz, declarando à imprensa britânica no final de 2020 que: "Pierre é, antes de tudo, muito inteligente. Ele lê o jogo muito bem. Ele vai ser treinador um dia, com certeza".
Federico Valverde — Uruguai
Também estreante na Copa do Mundo, Federico Valverde assume o meio-campo da celeste. Com apenas 24 anos, ele é apontado como a estrela da seleção uruguaia neste Mundial, um título que pesa ainda mais quando considera-se que ele foi convocado junto a lendas do futebol do país, como Luis Suárez e Édinson Cavani.
Formado no Peñarol, Valverde foi aos 18 anos para o Real Madrid e, após alguns temporadas emprestado, agora é peça essencial no time espanhol, atual vencedor da Liga dos Campeões da UEFA e da LaLiga.
Seu desempenho foi reconhecido pelo campeonato nacional nesta temporada, que o elegeu como melhor em campo em setembro, destacando que: "Além dos gols, Valverde contribuiu muito, tanto no ataque quanto na defesa nas vitórias do Real Madrid, o que lhe permitiu superar os outros candidatos ao prêmio".
Sobre sua participação no Catar, Valverde afirmou ao jornal uruguaio El País que está pronto para entregar "100% para a equipe e para a comissão técnica". "Minha intenção é dar o meu melhor. Contribuir onde for necessário, ser um bom companheiro de equipe e incentivar os outros", acrescentou.
Rodrigo De Paul — Argentina
Mais um volante sul-americano que merece atenção na Copa do Mundo é Rodrigo De Paul. Um dia cotado para jogar pelo Grêmio, o argentino de 28 anos chega ao Catar como talvez o segundo maior nome da seleção albiceleste, depois, é claro, de Lionel Messi.
Formado pelo Racing, sua casa da infância até a vida adulta, De Paul é velho conhecido da torcida brasileira, depois de dar o passe para o gol de Di Maria na final da Copa América de 2021, vencida pelos hermanos em cima do Brasil, em pleno Maracanã, por 1 x 0.
Seu desempenho na competição repercutiu internacionalmente e foi seguida pela contratação pelo Atlético de Madrid, atual clube onde De Paul atua, por cerca de 35 milhões de euros — segundo especulações da imprensa espanhola. "Um meia poderoso chega ao nosso clube, com grande facilidade para ir ao ataque, para fazer gols e para dar passes para os companheiros", divulgou o Atlético à época da contratação.
Em sua primeira Copa do Mundo, De Paul afirmou nas redes sociais que a convocação para a seleção argentina foi um sonho realizado. "Não consigo descrever a sensação de poder representar meu país em uma Copa do Mundo, mas posso dizer que deixaremos nossas almas para que cada argentino sinta orgulho de como carregaremos nossa bandeira", prometeu.
Tchouaméni — França
Outro jovem rumo ao seu primeiro mundial é o francês Aurélien Tchouaméni, que inicia sua história em Copas do Mundo com apenas 22 anos. Apesar da idade, o volante já deve estar acostumado aos holofotes, após ganhar as manchetes do mundo todo ao ser vendido pelo Mônaco ao Real Madrid por cerca de 80 milhões de euros no meio deste ano.
Parte da seleção principal da França desde 2021, Tchouaméni chega como titular na atual seleção campeã do mundo após uma série de eventos infelizes, que levaram aos cortes do meia Pogba, da Juventus, e do volante Kanté, do Chelsea, ambos lesionados.
Apesar do revés, o treinador Didier Deschamps não parece preocupado com a substituição: "Aurélien é de primeira classe", afirmou em entrevista à emissora francesa Tf1. "Ele nos oferece algo diferente. Tendemos a usá-lo em um papel mais defensivo, mas ele também tem a capacidade de avançar. Ele é jovem, mas é um meio-campista completo."
O jogador, que iniciou carreira no Bordeaux antes de ir ao Mônaco, também está confiante em sua capacidade: "Não existe sorte no mais alto nível do esporte. Se você não for bom, acredite, outro vai ocupar o seu lugar, principalmente na seleção francesa", destacou em fala ao L'Équipe. "Mais do que tudo, quero jogar, não apenas aparecer. Eu quero fazer algo na Copa do Mundo, antes de tudo coletivamente, mas também individualmente."