Apesar de reunir o mesmo número de seleções que nas Copas anteriores, o Mundial do Catar vai ter 94 jogadores a mais do que em 2018. Isto porque a Fifa autorizou os técnicos a convocarem 26 atletas, e não mais 23. Por isso, 830 craques poderão aparecer nos 64 jogos entre 20 de novembro e 18 de dezembro. E poderiam ser 832. Sem muita explicação, os técnicos de França e Irã optaram por chamar 25 jogadores cada.
Brasileiros contra o Brasil
Três jogadores nascidos no Brasil vestirão uma mesma camisa que não a "amarelinha". O zagueiro Pepe e os meias Otávio e Matheus Nunes defenderão Portugal na Copa.
- Pepe, 39 anos, naturalizou-se em 2007. Nasceu, em Maceió, Alagoas.
- Otávio, 27 anos, naturalizou-se em 2020. É paraibano, de João Pessoa.
- Matheus Nunes, 24 anos, naturalizou-se em 2021. Nasceu no Rio de Janeiro.
Exportadores

No total, 137 jogadores, de 36 lugares, vão defender países diferentes dos quais nasceram. A França é o maior exportador: 38 atletas nascidos na atual campeã do mundo optaram por jogar com outras camisas. O país é seguido por Inglaterra, com 17, e Alemanha e Espanha, ambas com sete.
Vale destacar o atacante Shaqiri, da Suíça, nascido no Kosovo, o zagueiro da Costa Rica, Óscar Duarte, que nasceu na Nicarágua, e o goleiro Mandanda, que nasceu no Congo, e joga pela seleção francesa.
Importadores
Quem mais abrigou estrangeiros naturalizados foi Marrocos, com 14 jogadores não nascidos em terras marroquinas. É mais da metade dos convocados. Logo depois aparecem Tunísia e Senegal, ambos com 12.
Raízes
Só quatro das 32 seleções foram formadas, na totalidade, por jogadores nascidos em seus países: Arábia Saudita, Argentina, Brasil e Coreia do Sul.

Os mais experientes
Quatro jogadores foram chamados para uma quinta Copa consecutiva e vão se tornar, ao lado do meia alemão Matthäus, do goleiro italiano Buffon e dos mexicanos Carbajal (goleiro) e Rafa Márquez (zagueiro), os recordistas de convocações para Mundiais desde 1930. No Catar, os astros Messi e Cristiano Ronaldo vão em busca do título inédito que tentam ininterruptamente desde 2006. Se somam a dupla, os mexicanos Ochoa (goleiro) e Guardado (meia), que também estiveram na Alemanha, na África do Sul, no Brasil e na Rússia.
O novato
Youssoufa Moukoko (Alemanha) nasceu em Yaoundé, Camarões. Como o pai trabalhava em Hamburgo, ele mudou de país quando tinha 11 anos para tentar a sorte como jogador de futebol. Isto foi em 2016. O início no St. Pauli deu muito certo e logo ele foi contratado pelo Borussia Dortmund e acabou naturalizando-se alemão. No Catar, ele festejará o aniversário de 18 anos no dia da abertura da Copa, sendo o mais jovem atleta neste Mundial.
O vovô
Talavera, do México, vai para sua terceira Copa do Mundo. Com 40 anos, completados em setembro, foi reserva nos Mundiais do Brasil (2014) e da Rússia (2018). Atualmente, defende o Juárez, na Liga Mexicana.
O mais baixo
Com apenas 1m63cm de altura, o lateral direito ganês, Tariq Lamptey, em sua primeira Copa do Mundo, será o jogador mais baixo a atuar no Catar. Atualmente, o jogador defende o Brighton, na Premier League (Inglaterra).
O mais alto
Só quatro entre 830 atletas passaram dos dois metros de altura e vão estar na Copa. O maior de todos é o goleiro holandês Noppert, 28 anos, que tem 2m03cm. Na reserva da seleção da Holanda, ele é titular do Heerenveen.

Seleção mais velha
México: média de 27,9 anos
Seleção mais nova
Gana: média de 24,3 anos
Seleção mais alta
Sérvia: média de 1m87cm
Seleção mais baixa
Arábia Saudita: média de 1m78cm
Médias entre as 32 seleções da Copa
Idade: 26,4 anos
Altura: 1,82m

Onde jogam
Os 830 atletas participantes do Mundial atuam, fora da Copa, em 44 países. Assim como na Rússia, em 2018, a Inglaterra segue na liderança deste ranking: 155 agora contra 124 há quatro anos. Um crescimento de 25%. Depois aparecem Espanha (88), Alemanha (82), Itália (71) e França (55). O Brasil aparece apenas na 23ª posição, ao lado de Austrália, Croácia e Dinamarca, com sete jogadores chamados atuando no país.
Dos 830 jogadores convocados, 546, o que representa 65,7%, atuam fora dos próprios países e 284 (34,3%) atuam pela sua seleção.
Senegal é a única, entre as 32 seleções, que não convocou nenhum jogador que atue no país. Todos os 26 chamados jogam fora. Arábia Saudita e Catar estão do lado oposto. Só foram chamados jogadores das ligas locais. A Inglaterra vem logo depois com 25 "nacionais" e um "estrangeiro": o meia Jude Bellingham, que joga do Borussia Dortmund, da Alemanha.

Os clubes-seleções
O Bayern de Munique, da Alemanha, desbancou o Manchester City, da Inglaterra, em relação a Copa da Rússia 2018 e se tornou o time do mundo com o maior número de convocados para o Catar: 17. O time de Guardiola, ao lado do Barcelona, da Espanha, vem logo atrás, com 16 chamados. Fecham o G5, o Al-Sadd, do Catar, com 15 convocados e o Manchester United, da Inglaterra, com 14.
Futebol brasileiro
Apenas sete jogadores atuam no futebol brasileiro:

- Quatro jogam no Flamengo: Pedro e Everton Ribeiro, da Seleção Brasileira, e Varela e Arrascaeta, do Uruguai
- Um joga no Athletico-PR: Canobbio, do Uruguai
- Um joga no Palmeiras: Weverton, da Seleção Brasileira
- Um joga no São Paulo: Arboleda, do Equador
Nesta Copa, estão representados 294 clubes de 44 países. A Inglaterra está de longe na frente dos demais, com 37 times tendo jogadores convocados. Logo a seguir aparecem Alemanha, Espanha e França com 21 clubes, Itália com 20, e Estados Unidos, com 18. O Brasil tem apenas quatro times na amostra: Athletico-PR, Flamengo, Palmeiras e São Paulo.
Vale destacar alguns clubes de países menores, que não vão ao Mundial, mas que têm convocados. É o caso do Millonarios, da Colômbia, Kuwait SC, do Kuwait, Ferencvaros, da Hungria, Omonia Nicosia e Pafos, do Chipre, Shandong Taishan e Shanghai Shenhua, da China.

Quantos eles e elas valem
Somadas, as 32 seleções possuem em seus elencos atletas que valem 12,4 bilhões de euros (pela cotação atual, cerca de R$ 68,6 bilhões). Os dados são do site Transfermarkt, especializado em valores de mercado do futebol no mundo.
Só três seleções passaram da "casa do bilhão de euros": Inglaterra (1,26 bi), Brasil (1,14 bi) e França (1,07 bi). As seleções menores avaliados, na "casa dos milhões de euros", são Catar (14,8 mi), Costa Rica (18,7 mi) e Arábia Saudita (27,7 mi).

Os três jogadores mais valorizados da Copa
- 1º — Mbappé, atacante, da França: 160 milhões de euros (R$ 885 milhões)
- 2º — Vinícius Júnior, atacante, do Brasil: 120 milhões de euros (R$ 664 milhões)
- 3º — Phil Foden, meia, da Inglaterra: 110 milhões de euros (R$ 608 milhões)
Os três jogadores menos valorizados da Copa
- 830º — Sharahili, volante, da Arábia Saudita: 25 mil euros (R$ 138 mil)
- 829º — Balbouli, goleiro, da Tunísia: 50 mil euros (R$ 276 mil)
- 828º — Karimi, meia, do Irã: 100 mil euros (R$ 553 mil)