Dois grupos diferentes fizeram pedidos para que a Fifa exclua a seleção do Irã da Copa do Mundo do Catar, que começa no próximo dia 20 com a partida entre os donos da casa e o Equador.
Na última segunda (24), o diretor-executivo do Shakhtar Donetsk, Sergei Palkin, divulgou um comunicado no qual pede a exclusão dos iranianos e defende ainda que a Ucrânia fique com a vaga do país asiático no Mundial do Catar. A Federação Ucraniana (UAF) não teve participação no pedido.
A argumentação do dirigente do maior clube da Ucrânia é baseada no fato de que o Irã forneceu drones e armamentos para a Rússia e deve ser punido por isso. Desde fevereiro, os russos e os ucranianos estão em guerra.
— Enquanto a liderança iraniana se divertirá assistindo à sua seleção nacional jogar na Copa do Mundo, os ucranianos serão mortos por drones iranianos e mísseis iranianos. Quase 250 desses drones já atacaram cidades pacíficas da Ucrânia — diz o comunicado.
Nesta terça, um grupo de atletas iranianos também enviou uma carta à Fifa. O comunicado pede a suspensão da seleção do Irã dizendo que a federação de futebol do país asiático fortalece a opressão e a exclusão das mulheres no ecossistema esportivo.
— A brutalidade e a beligerância do Irã em relação a seu próprio povo chegou a um ponto de inflexão, exigindo uma desassociação inequívoca e firme do mundo do futebol e do esporte. A abstinência histórica da Fifa em relação aos conflitos políticos tem sido muitas vezes tolerada apenas quando essas situações não se encontram na esfera do futebol — diz um trecho do texto assinado por Juan Dios Crespo, advogado renomado no futebol internacional.
O movimento também argumenta que a federação local está seguindo e impondo diretrizes governamentais, o que contrasta com a premissa de ser uma organização independente e livre de qualquer influência.
O Irã está no grupo B da Copa do Mundo, ao lado de Inglaterra, País de Gales e Estados Unidos. Os iranianos farão sua estreia no dia 21 de novembro às 10h.