Os grandes torneios do futebol foram feitos para os grandes astros da bola brilharem. A Copa do Mundo do Catar se avizinha com a expectativa de que os principais nomes sejam os protagonistas. Ainda é impossível saber quantos dos principais nomes disputarão o primeiro Mundial jogado no mundo árabe — somente 13 das 32 seleções estão classificadas —, mas é possível projetar a presença de alguns deles.
Com praticamente um ano inteiro de disputas, muito pode acontecer. Mas se nada der errado (bata na madeira), há grandes talentos que estão com suas seleções garantidas na Copa e são presenças quase certas. GZH listou 10 deles para você.
1) Lionel Messi (atacante) - Argentina
Messi fez quase tudo o que tinha para fazer dentro de um campo de futebol. Só não conseguiu ganhar a Copa do Mundo. O argentino deve pensar diariamente naquele gol perdido por Higuaín na final contra a Alemanha em 2014.
No Catar, o argentino vai se tornar o primeiro atleta do país a jogar cinco Mundiais, igualando as marcas dos mexicanos Carbajal e Rafa Márquez, do alemão Matthaus e do italiano Buffon. Caso consiga levar a Albiceleste outra vez à final e jogar todas as partidas, o camisa 10 se tornará o jogador com mais partidas em Copas, chegando a 26 e passando Matthaus, que tem 25.
Até lá, Messi tem outros desafios pela frente, como levar o Paris Saint-Germain ao primeiro título da Liga dos Campeões. Para quem fez quase tudo em campo, ainda há muitos desafios pelo caminho em 2002.
2) Manuel Neuer (goleiro) - Alemanha
Buffon ou Neuer? Só de estar na mesma pergunta junto com o goleiro italiano é um elogio e tanto para Manuel Neuer. Se você refletiu por um instante sequer sobre a resposta, mais méritos ainda para o titular do gol da Alemanha nas últimas três Copas do Mundo.
Aos 35 anos, Neuer levantou praticamente todas as taças mais importantes do futebol mundial (falta apenas a Eurocopa). Com tantas conquistas, o jeito foi "recolecionar" troféus. O único título que não é repetido de sua lista é o do Mundial. O Paredão de Gelsenkirchen esteve presente no tetra alemão em 2014. O torneio no Catar provavelmente será o seu último pela seleção alemã.
Na atual temporada europeia, disputou 32 partidas. Em 17 delas, saiu de campo sem precisar buscar a bola dentro do seu próprio gol.
3) Kevin De Bruyne (meia) - Bélgica
Mesmo que tenha garantido um lugar no Catar sem percalços, a famosa geração belga parece ter desbotado um pouco. O que segue bastante colorido é o futebol de Kevin De Bruyne, cérebro do Manchester City de Pep Guardiola.
Pelo clube inglês, De Bruyne precisa comandar os Citizens ao inédito título da Liga dos Campeões. Pelos Diabos Vermelhos, terá no final do ano possivelmente a última chance de levar o país a um ou dois degraus mais altos. O terceiro lugar em 2018 é a melhor campanha da história de Bélgica em Copas.
Na Rússia, o meia dividia as atenções da seleção nacional com Hazard. Quatro anos e muitos quilos depois, o jogador do Real Madrid está longe de seus melhores momentos, aumentando a responsabilidade de De Bruyne.
4) Neymar (atacante) - Brasil
Poucos jogadores da história da Seleção Brasileira apanharam (dentro e fora de campo) como Neymar. A avalanche de críticas faz o atacante do PSG projetar que no Catar ele jogará sua última Copa do Mundo.
Preterido por Dunga em 2010, quando jogava pelo Santos, o brasileiro, já jogador do Barcelona, foi à Copa de 2014, no Brasil, como estrela principal do time de Felipão. Uma lesão nas quartas de final contra a Colômbia o transformou em ausência no fatídico 7 a 1. Quatro anos depois, já no PSG, ele não foi o diferencial para levar o time de Tite ao hexa.
A cria santista ainda não conseguiu levar o clube francês ao sonhado título da Liga dos Campeões. Sua temporada na vizinhança da Torre Eiffel tem sido opaca para os padrões de Neymar. São cinco gols em 19 partidas. No momento, ele se recupera de lesão. Talvez esteja se preparando para se despedir das Copas em grande estilo trajando a camisa canarinho, o smoking dos campos de futebol.
5) Vinícius Júnior (atacante) - Brasil
Em outubro de 2020, câmeras flagraram Karim Benzema criticando Vinícius Júnior, seu companheiro de Real Madrid, a outro colega de equipe. O francês teria dito que o brasileiro "joga contra a gente". Meses depois, o atacante revelado pelo Flamengo foi chamado de fenômeno pelo francês.
O brasileiro ainda não é titular de Tite, mas suas atuações pelo clube espanhol indicam que é questão de tempo para atingir o novo status. Nos últimos meses, Vinícius Júnior manteve suas qualidades e aperfeiçoou habilidades, principalmente a finalização. Na atual temporada, são 15 gols e sete assistências.
Se em poucos meses o atacante conseguiu mudar o pensamento de Benzema, ele tem agora o desafio de fazer Tite abrir espaço para sua presença no Brasil para ser protagonista, assim como fez no Real Madrid.
6) Luka Modric (meia) - Croácia
Entre os quase 8 bilhões de terráqueos, poucos podem explicar o que fazer para vencer Messi e Cristiano Ronaldo na premiação de melhor jogador do mundo. Um deles é Luka Modric, meio-campista da Croácia. Depois de longa hegemonia entre o argentino e o português, o croata venceu a premiação da Fifa em 2018, ano em que levou sua seleção ao vice-campeonato mundial.
Aos 36 anos, Modric jogará no Catar o seu quarto mundial. Longe de ter o fôlego dos tempos em que se destacou no Tottenham, quando era onipresente na equipe do norte de Londres, ele tem se transformado cada vez mais em um jogador cerebral. Aquela história de quem corre é a bola casa perfeitamente com sua produção em campo.
Próximo da aposentadoria, o meia deverá se consolidar como o maior jogador croata de todos os tempos. Além da avalanche de títulos pelo Real Madrid nos últimos anos, Modric é o recordista de partidas pelo seu país. São 146 partidas, 12 delas em Copas do Mundo, e 20 gols.
7) Kylian Mbappé (atacante) - França
Quando Mbappé chegou ao Paris Saint-Germain em 2017, ele era para ser o jogador do futuro. Não foram necessários muitos minutos em campo para se notar que o atacante já era um jogador do presente. Desde então, o parisiense coleciona títulos e recordes de precocidade.
Na atual temporada, tem afinado sua sintonia com Messi, enquanto Neymar se recupera de lesão. São 16 gols em 27 partidas, somando dados pelo clube e pela seleção francesa.
Aos 23 anos, nem mesmo vencer a Copa do Mundo é uma novidade para ele. Na final de 2018, ele marcou um dos gols do 4 a 2 da França sobre a Croácia. Antes de jogar no Catar, Mbappé terá de definir onde jogará a partir da metade do ano. Seu contrato com o PSG está terminando, e o Real Madrid pode ser o destino dele.
8) Karim Benzema (atacante) - França
Cristiano Ronaldo é tão grande que consegue fazer sombra para um jogador como Karim Benzema. Apesar do seu faro de gol, o centroavante foi por anos um coadjuvante para os recordes do português. Desde a saída de CR7 do Real Madrid, a vida de Benzema mudou bastante.
Após a separação, Benzema marcou 111 gols em 174 partidas. O período sem a companhia de Ronaldo marcou o retorno do jogador à seleção francesa. Foram cinco anos de ausência devido à sua relação com o caso de chantagem envolvendo o ex-companheiro de seleção Valbuena. A exclusão da equipe nacional fez com que ficasse de fora do time campeão do mundo há quatro anos.
Agora ele está de volta. Só não espere que Benzema cante a A Marselhesa antes dos jogos. Filho de imigrantes argelinos, ele se cala durante os acordes do hino francês por considerar a letra xenófoba. O que pode se esperar de Karim Benzema são gols. Muitos gols.
9) Virgil van Dijk (zagueiro) - Holanda
Dizem as estatísticas que Van Dijk ficou 65 partidas consecutivas sem ser driblado entre 2018 e 2019. Mesmo que os dados possam ter deixado passar um ou outro lance, fica claro o desafio que os atacantes que terão a Holanda como adversária no Catar encararão. Passar pelo zagueiro nascido em Breda é tarefa de gincana, entornar sua coluna é quase impossível.
Apesar dos 30 anos e de um currículo pesado, o defensor é um neófito em Copas do Mundo. Em 2014, ele ainda não tinha se firmado no cenário internacional. Sua primeira partida pelo seu país foi disputada somente em 2015. No ciclo de estreia do jogador do Liverpool, a Holanda ficou de fora do torneio disputado na Rússia.
Com a camisa do clube inglês, Van Dijk se transformou em um dos principais zagueiros de sua geração e foi o líder de uma seleção holandesa que passou pelas Eliminatórias sem muitos percalços.
10) Harry Kane (atacante) - Inglaterra
Uma das grandes discussões nos debates da imprensa britânica é onde colocar Harry Kane na história do futebol da Inglaterra. Em resumo, considera-se que o centroavante precisa de grandes conquistas para fazer parte do mais seleto grupo de jogadores do país onde surgiu o futebol.
Kane está desde 2013 no Tottenham. Depois de 233 gols pelos Spurs, parece que há pouco por fazer pelo clube. O melhor momento da equipe do norte de Londres já passou, mas o de Kane, não.
Resta para o centroavante conquistar algo pelo English Team e finalmente trazer o futebol de volta para casa, o que não acontece desde 1966, quando os ingleses foram campeões mundiais aos olhos de uma jovem Rainha Elizabeth.
Como a Copa do Mundo será no fim do ano, existe a possibilidade de que até lá o atacante esteja vestindo outra camisa para aumentar as chances de figurar entre os grandes da Inglaterra.