Lateral-direita do Inter, Fabi Simões é a única atleta que atua no Rio Grande do Sul a ser convocada para a Copa. Na Série A1 do Brasileirão, as coloradas estão com a classificação encaminhada para as quartas de final: na quinta colocação, têm oito pontos a mais e um jogo a menos que o primeiro time fora da zona de classificação, o São José-SP.
É a primeira vez que o Inter disputa a elite do Brasileirão feminino — ano passado, ficou em terceiro na Série A2 e só os dois melhores subiam, mas uma desistência na primeira divisão abriu a vaga para o time de Maurício Salgado. Isso, associado à obrigatoriedade de os clubes da Série A terem times femininos em funcionamento para disputarem competições masculinas, atraiu a atenção de Fabi, que trocou a China pelo Beira-Rio.
— Quis voltar para o Brasil para participar desse momento em que a modalidade está crescendo aqui. Escolhi o Inter pelo projeto. Aqui não tem jogadora da Seleção Brasileira e quis mostrar que também tem futebol, que não é só em São Paulo. Para o bem da modalidade, é bom que esteja bem distribuído. Recebi propostas de outros lugares, mas escolhi o Inter — explicou a lateral.
Aos 29 anos, Fabi embarcará para terceira Copa — em 2011, caiu nas quartas, nos pênaltis, para os Estados Unidos, e em 2015 foi eliminada pela Austrália, nas oitavas de final. Mas na hora da convocação de ontem, foi como se toda essa bagagem não fizesse parte da lateral:
— Eu tinha acabado de sair do treino. Estava com as meninas no carro e assistimos ao anúncio da convocação. Quando meu nome saiu, parecia que tinham falado meu nome pela primeira vez. Estou indo para a terceira Copa. É o sonho de qualquer atleta. Mas sensação é sempre a mesma da primeira vez.
A lateral também agiu como se fosse novata em conversa com seu pai após o anúncio da lista. "Pai, eu não fui convocada", disse no telefone antes de cair na risada e falar que era brincadeira.
Experiente com a camisa da Seleção — e com passagens pelo Barcelona, Corinthians e Santos —, Fabi é velha conhecida de Marta e de Formiga, dois dos grandes nomes do futebol feminino. A lateral tem o privilégio de conhecer, também, o lado extra-campo das duas.
— São minhas melhores amigas. Tudo fica muito mais fácil com elas. E em campo, só no olhar a gente se entende — contou.