Fosse roteiro de filme, seria daqueles com final óbvio no roteiro hollywoodiano. Mas, nesse caso, é vida real mesmo. O lateral Camilo Zúñiga, aquele que provocou uma fratura numa vértebra de Neymar e o tirou da semifinal da Copa do Mundo de 2014, anunciou sua aposentadoria do futebol aos 32 anos. Exatos quatro anos depois daquela tarde assustadora em Fortaleza.
O roteiro de filme não para por aí. O que fez Zúñiga se retirar do futebol foi exatamente um problema crônico no joelho direito, o mesmo que provocou a séria lesão no brasileiro. O colombiano estava no Atlético Nacional, da Colômbia, seu clube de origem. Voltou ao seu país em busca de conforto e tranquilidade para retomar uma carreira que entrou numa espiral negativa depois da Copa de 2014.
Na época, Zúñiga já sofria com uma lesão no joelho direito. Ele chegou ao Mundial depois de uma cirurgia e uma corrida contra o tempo para se recuperar. Três meses depois da Copa, voltou a sentir o joelho e foi operado novamente. O Napoli o emprestou ao Bologna e ao Watford-ING.
Nesse meio tempo, sua vida fora de campo também ficou convulsionada. Zúñiga perdeu o pai e teve noticiada a existência de um filho fora do casamento com uma mulher condenada por assassinato. A volta ao Nacional em janeiro era para encontrar a paz outra vez. Só que as dores no joelho só o permitiram estrear em abril.
Cansado de lutar contra a lesão e da tortura que era treinar todos os dias à base de antiinflamatórios e anestésicos, convocou uma coletiva em Medellín para anunciar a aposentadoria:
— Só quem sente sabe o sofrimento que é treinar todos os dias com dores. Neste momento, decido dar um passo ao lado e me retirar – anunciou, emocionado.
Zúñiga se dedicará agora aos filhos e a um projeto social em que auxilia centenas de garotos na Colômbia.