O treinador Óscar Tabárez não costuma escalar jogadores que se recuperam de lesão caso não estejam em plenas condições de jogo 48 horas antes da partida. É o caso de Cavani. O atacante não treinou nesta quarta-feira (4), e o jornal uruguaio Ovación cravou que o jogador será desfalque para as quartas de final contra a França, nesta sexta-feira, às 11h, por conta de um edema no músculo da panturrilha da perna esquerda. Sem um dos seus principais jogadores, Tabárez tem duas opções de substituição imediata: Stuani e Gómez. Além disso, o treinador pode optar por mudar o esquema que consagrou o Uruguai na Copa até agora e entrar em campo com uma formação inédita.
Nesta Copa do Mundo, Tabárez demorou para formar o Uruguai ideal. O treinador teve problemas no meio-campo até conseguir estabelecer a espinha dorsal com Torreira, Vecino e Bentancur. Na zaga, quando Giménez se machucou, o técnico escalou Coates e puxou Cáceres para compor a zaga com três zagueiros (quando o Uruguai estava sem a bola) e o esquema funcionou: a Celeste venceu a Rússia, na última rodada da primeira fase, por 3 a 0. No ataque, o Uruguai ainda não havia tido problemas. Sempre jogou com Cavani e Suárez. Juntos, os dois somam cinco dos sete gols marcados pela Celeste na competição.
Os substitutos no 4-4-2
Cavani foi sacado do time em duas ocasiões. Primeiro contra a Rússia e, depois, contra Portugal, pelas oitavas de final. Contra os russos, Cavani deu lugar a Maximiliano Gómez e, contra os portugueses, saiu para a entrada de Cristian Stuani. Caso Tabárez queira manter dois atacantes de referência e o esquema tático, esses dois jogadores surgem como as únicas opções dentro do elenco, tendo em vista que não atuam pelas pontas no comando de ataque.
Stuani é a opção mais experiente e tem vantagem sobre Maxi Gómez. O atacante defende o Uruguai desde 2012 e já participou de uma Copa do Mundo (2014). Atualmente defende o Girona e fez boa temporada, com 21 gols em 33 jogos. Com passagens por Espanyol, Middlesbrough e Danubio, Stuani tem boa finalização e posicionamento. Apesar de não ter a mesma qualidade técnica que Cavani, seu estilo de jogo se aproxima mais do atacante do PSG.
Maximiliano Gómez faz parte da nova geração uruguaia. Com apenas 21 anos, participa da sua primeira Copa do Mundo e foi convocado pela primeira vez em 2017. Tido como promessa, defende o Celta de Vigo e também fez boa temporada, com 18 gols em 39 partidas. Por ser mais jovem, Gómez traz mais mobilidade e vitalidade ao ataque. Tabárez não se esquivou de utilizar os jovens na competição, como mostram as opções por Torreira, Bentancur e Laxalt, que são titulares.
Mudança ousada: o 4-3-3
O treinador uruguaio também pode optar por abrir mão do esquema que utilizou em todas as partidas até agora: o 4-4-2 (e suas variações). Uma possibilidade é a utilização de isolar Suárez no comando de ataque. A forma mais ofensiva do esquema seria o 4-3-3, com Suárez isolado, mas jogando com dois pontas.
No Barcelona, Suárez está acostumado com essa função, de jogar como referência, com dois jogadores abertos (Dembélé e Philippe Coutinho, na ausência de Messi). O atacante também jogou no 4-3-3 quando vestiu a camisa do Liverpool (2011-14), tanto no comando de ataque quanto jogando pela ponta.
Nas possibilidades de seu elenco, Tabárez pode puxar Laxalt para a ponta esquerda, trazer Cáceres para a lateral esquerda e voltar Varela para a lateral direita. Na ponta direita, a melhor opção é Carlos Sánchez, que entrou bem contra a Arábia Saudita, mas não conseguiu jogar mais solto por conta das exigências defensivas do esquema. Outra opção, mas mais distante, é a do meia De Arrascaeta, que não abraçou a oportunidade que teve na partida de estreia e foi sacado do time, mas que também já jogou na ponta direita.
Uma opção mais conservadora: o 4-5-1
Se quiser uma formação mais conservadora, o 4-5-1 é uma boa opção, tendo em vista a força do ataque francês. Torreira, Bentancur e Vecino, com o acréscimo de Laxalt, jogando mais aberto na esquerda, e Nández na direita. Isso daria consistência tanto na marcação quanto no apoio ofensivo. Também abre um leque maior caso o técnico queira trocar as peças, podendo utilizar Cristian Rodríguez, De Arrascaeta e Carlos Sánchez.