O número de torcedores gaúchos embarcando para a Copa do Mundo na Rússia caiu em pelo menos 20% em comparação aos mundiais da Alemanha, em 2006, e da África do Sul, em 2010.
João Augusto Machado, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul, acredita que, além do atual momento econômico do país, a facilidade para se locomover dentro da Alemanha e a curiosidade pelo país africano tornaram a viagem mais atrativa para os brasileiros no passado.
Ainda assim, há gaúchos que já estão em solo europeu à espera da Copa. É o caso do assistente administrativo Bruno Sander, de 32 anos. Desde a última semana em Dublin, embarca para São Petersburgo no dia 21, acompanhado por um amigo que vive na Irlanda e outros três que partem do Brasil.
– Comecei a cogitar a vinda logo depois da última Copa. De 2016 para cá, comecei a guardar dinheiro – conta Sander, que diz ter começado sua relação de amor com o futebol durante a campanha brasileira no tetracampeonato, de 1994, nos Estados Unidos.
Com ingresso garantido para os jogos do Brasil contra Costa Rica e Sérvia e para o confronto entre França e Dinamarca, deve retornar para o Brasil após a primeira fase da competição. Ainda assim, aguarda ansioso por sua primeira Copa fora do Brasil.
– Copa é uma loucura, gente de todo mundo. Mais do que torcer por uma seleção, é algo que se leva para a vida. Estou contando os dias para chegar lá – afirma.
O administrador Thiago Rocha, de 33 anos, tem mais experiência quando o assunto é viajar para eventos esportivos. Carrega em seu currículo de torcedor viagens internacionais com o Inter, clube que acompanha desde bebê, e para jogos do Barcelona na Champions League. Além disso, passou um mês no Rio de Janeiro acompanhando os Jogos Olímpicos de 2016, onde assistiu a confrontos de modalidades como futebol e basquete.
Embora carregue na lembrança boas recordações do duelo entre Holanda e Austrália realizado no Beira-Rio, em 2014, desta vez só irá a jogos da Seleção Brasileira. Com bilhetes comprados para os três confrontos do time de Tite na fase de grupos, espera encontrar na Rússia a mesma diversidade que encontrou há quatro anos.
– Como é na Europa, imagino que tenha até mais pessoas de fora do Brasil, pela facilidade que eles têm para viajar. É incrível saber que vou participar de um evento de tamanha importância, mal posso esperar – afirma.
Felipe Beys, economista de 37 anos, bateu na trave em 2006: teve a oportunidade de embarcar para a Alemanha, mas um compromisso profissional fez com que o sonho de viver o dia a dia de uma Copa fora do país fosse adiado. Neste ano, não teve dúvidas e garantiu entrada logo para sete partidas, incluindo Brasil e Costa Rica.
– Comprei com uns amigos na primeira leva, quando os confrontos ainda não estavam definidos. Escolhemos com base nas cidades que queríamos conhecer – conta ele, que brinca dizendo que a esposa só permitiu a viagem pois tem voo marcado com duas amigas para o Canadá no mesmo período.
Dos sete jogos, além do duelo do Brasil, garante ter grandes expectativas para Argentina e Islândia. Mas se engana quem pensa que o motivo é a chance de poder acompanhar Messi de pertinho:
– Quero torcer contra Argentina. Além disso, tem a torcida da Islândia, que deu um show na última Eurocopa.