A Croácia, adversária do Brasil neste domingo (3), às 11h, chega à Copa 2018 com uma das melhores gerações da sua história, no ritmo da dupla de meio-campistas Rakitic e Modric, de Barcelona e Real Madrid, respectivamente. A meta ousada é ao menos igualar a histórica geração de Boban, Prosinecki e Suker, que chegou ao terceiro lugar na Copa de 1998.
O detalhe é que, apesar das suas grandes credenciais, a seleção croata por muito pouco não ficou fora do Mundial.
Após tropeços contra times modestos nas eliminatórias europeias, a equipe dependia de uma vitória na última rodada, contra a Ucrânia, em Kiev, para conquistar a vaga na repescagem. Uma troca de técnico às vésperas do jogo decisivo surtiu efeito e a equipe de Rakitic e Modric venceu por 2 a 0. Depois, a vitória no confronto com a Grécia carimbou o passaporte para a Rússia.
A Croácia está no Grupo D da Copa do Mundo, ao lado de Argentina, Islândia e Nigéria. O provável time croata para encarar o Brasil tem: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic; Rakitic e Badelj; Rebic, Modric e Perisic; Mandzukic
Confira, em sete toques, os principais destaques da seleção da Croácia
1) O "Tite dos Balcãs"
Após empatar com a modesta Finlândia e quase ficar fora da Copa, a Federação Croata demitiu o técnico Ante Cacic apenas 48 horas antes do jogo decisivo contra a Ucrânia. Zlatko Dalic assumiu e, de forma relâmpago, arrumou o time, posicionando o meia Luka Modric mais próximo do gol. Além de tudo, garantiu a vaga, virando um herói para o povo croata. É como se fosse um Tite local.
— O time reagiu muito bem. O técnico anterior, Ante Cacic, era odiado pelos torcedores. Para ser sincero, ninguém acreditava que Dalic poderia reparar os danos e mudar as coisas. Hoje, ele é um herói nacional. Não é muito conhecido no mundo, mas entende de futebol — relata o jornalista croata Davor Petrovic, do diário Vecernji, de Zagreb.
2) Três atletas na final da Liga dos Campeões
A Croácia possui uma das melhores gerações da sua história, apesar dos percalços nas eliminatórias. Uma das provas disso é a presença de três atletas na final da Liga dos Campeões: o zagueiro Lovren, do Liverpool, e os meio-campistas Kovacic e Modric, do Real Madrid. Além disso, há atletas de qualidade em todas as posições, especialmente do meio para frente.
3) Rakitic e Modric, a dupla que é o motor do meio-campo
Poucas seleções se dão ao luxo de contar com dois meio-campistas de tanta qualidade como Rakitic e Modric. Ambos ditam o ritmo da equipe. O detalhe é que, pela seleção croata, Modric joga de forma mais avançada do que no Real Madrid, mais próximo dos atacantes e armando as jogadas com a sua qualidade habitual no passe.
4) Disputa intensa nas pontas
Ivan Perisic, da Inter de Milão, é um dos astros da equipe e será o titular em uma das pontas. No outro lado, Dalic tem os badalados Marko Pjaca, do Schalke 04, e Mario Mandzukic, que já fez muito essa função na Juventus. Porém, o menos conhecido Ante Rebic, 24 anos, do Eintrach Frankfurt, vem tendo ótimas atuações nos amistosos e possui boas chances de ficar com a vaga.
5) Disputa intensa na frente
Centroavantes de qualidade não faltam para a Croácia. Mario Mandzukic é o favorito para atuar como camisa 9, mas Dalic tem pelo menos outras duas boas opções: Kalinic, do Milan e ex-Fiorentina, e Kramaric, do Hoffenheim e ex-Leicester.
6) Seleção "Robin Hood"
Roubar pontos dos grandes e se complicar contra seleções pequenas é uma sina da Croácia nos últimos anos. Na Euro 2008, a seleção croata venceu a Alemanha na fase de grupos, mas foi eliminada pela Turquia nas quartas de final. Já na Euro 2016, conseguiu ganhar da poderosa Espanha, mas caiu para a então modesta Islândia.
Aliás, os islandeses superaram os croatas novamente nas últimas eliminatórias, se tornando uma espécie de “touca”. As duas seleções se encontrarão de novo no Grupo D da Copa do Mundo.
7) A difícil missão de superar a geração de Suker
Recentemente, o técnico Zlatko Dalic declarou ao site da Fifa que o futebol croata precisa parar de viver do feito da geração de Boban, Prosinecki e Suker, que conquistou um histórico terceiro lugar na Copa de 1998, vendendo caro uma derrota na semifinal para a França.
De lá para cá, a Croácia só fracassou nas Copas seguintes. Em 2002, 2006 e 2014, os croatas caíram na primeira fase. Em 2010, a equipe sequer se classificou para o Mundial da África do Sul.