É contagiante. A vitória por 3 a 1 contra o Egito deixou os russos apaixonados pela Copa. O embalo da seleção anfitriã, com duas vitórias e oito gols marcados, animou a todos. Em São Petersburgo, local da partida, havia muitos buzinaços nas ruas. Os torcedores vestem com orgulho a camisa do time que está praticamente garantido na próxima fase.
Nos noticiários, o espaço para o futebol nunca esteve tão grande, me garantiu um recepcionista do hotel. Muito diferente do clima de desconfiança que havia antes do início do Mundial. No fundo, os russos até sabem que não vão longe na Copa. A força demonstrada diante de sauditas e egípcios, no entanto, criou uma pontinha de esperança.
Por baixo, é melhor
Seja para proteger do frio durante o rigoroso inverno. Ou então para facilitar a vida dos pedestres. Ou, por incrível que pareça, para criar mais oportunidades para o comércio. Na Rússia, é comum você ver túneis subterrâneos entre uma esquina e outra. Nas metrópoles — Moscou e São Petersburgo — eles também são ligados a estações de metrô. Na capital russa, chega a ter um shopping inteiro embaixo da terra ao lado da Praça Vermelha.
Em outras nem tão grandes cidades, como Rostov-on-Don, o túnel vira quase camelódromo. Se encontra de tudo. Xampu, desodorante, souvenirs, bebidas, comidas. O que quiser comprar, enquanto está atravessando a rua ou se protegendo do frio.
Do Nordeste para casa
Imagine você indo para o Nordeste nas férias de inverno para fugir do frio? Depois, volta para o sul com temperaturas perto de zero? É o que a gente está passando essa semana aqui na Rússia. Em Rostov-on-Don, onde a Seleção empatou com a Suíça, os termômetros chegavam facilmente a 35 graus. Calor abafado. Rumo a São Petersburgo, a conexão em Moscou já teve variação de dez graus para baixo. No desembarque na cidade do jogo do Brasil na sexta, 13 graus. Frio de botar moletom. Rostov é no sudoeste, onde dificilmente neva no inverno. São Petersburgo fica ao norte, pertinho da Finlândia. Em outras regiões a variação é maior. Ekaterimburgo costuma ser a região mais gelada entre as sedes da Copa. É conhecida como o Portal da Sibéria. Quanto mais ao centro e ao norte, mais frio. Pelo menos a gente fica com um pouco menos de saudade de casa.