Achei que seria emocionante, que daria um frio na barriga, afinal é minha primeira Copa e, consequentemente, minha primeira abertura de Copa. Mas não deu. Foi uma cerimônia curta, objetiva e morna que vi em Moscou.
Tudo bem que Copa não é Olimpíada, que não se pode esperar um espetáculo tão grandioso, mas eu estava com uma boa expectativa para esta edição depois das notícias de que haveriam mudanças. O diretor Felix Mikhailov, responsável pelo espetáculo, tinha avisado que faria diferente: apostaria menos na parte artística e mais nas atrações musicais.
Achei que poderia ser uma boa ideia, já que tivemos uma apresentação cênica desastrosa na Copa de 2014, no Brasil. Mas, quando o foco são as atrações musicais, é preciso garantir que elas terão força suficiente para levantar um estádio com 80 mil pessoas como o Luzhniki.
Imaginei que a inspiração viria do Super Bowl. O evento de futebol americano consegue atrair a mesma atenção tanto para o show musical quanto para o jogo que define o campeão da temporada. Não foi o caso na Copa.
O cantor Robbie Williams foi a principal estrela da tarde aqui em Moscou. Seus hits mornos ditaram o ritmo da abertura, e nem mesmo a soprano Aida Garifullina foi capaz de recuperar o clima da apresentação quando cantou Angels ao lado do britânico.
Talvez em casa, você, leitor, não tenha ficado com esta impressão, mas o estádio confirmou minha decepção. O barulho da torcida foi maior durante o aquecimento da equipe russa, antes da cerimônia começar. Algo deu errado. Time aquecendo não pode ser mais emocionantes do que música.