A CBF encaminhou nesta segunda-feira (18) representação ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, questionando as decisões tomadas pelo árbitro mexicano César Ramos, no empate em 1 a 1 com a Suíça, e pelo assistente de vídeo italiano Paolo Valeri, escalado para comandar o árbitro de vídeo (AV, ou VAR, na sigla em inglês) da mesma partida. O documento é assinado pelo chefe da delegação em Sochi e futuro presidente da CBF, Rogério Caboclo, e pede, além de explicações, as gravações e os vídeos das conversas entre Ramos e os árbitros de vídeo.
O texto da representação não usa meias-palavras e adota um tom até contundente, que foge à linha da relação diplomática que historicamente a CBF mantém com a Fifa. Ao apontar a reclamação por falta de Zuber em Miranda no lance do gol de empate dos suíços e reivindicar o pênalti de Akanji em Gabriel Jesus, a CBF protesta que o uso do AV não seguiu os protocolos propostos para Fifa em sua implantação. A entidade brasileira aponta os dois lances como claros, embora admita que a decisão seja soberana do árbitro de campo. Questiona, no entanto, por que os assistentes de vídeo não o alertaram, já que os dois lances se enquadram no perfil das quatro decisões revisáveis com auxílio eletrônico: gols, decisões de marcação de pênaltis, cartão vermelho direto e identidade equivocada.
A CBF apresenta três questionamentos em seu documento: se Valeri ou outro assistente de vídeo alertaram Ramos nos dois lances; se o mexicano consultou os assistentes do AV; e qual foi a comunicação entre Ramos e os AVs.
Em seguida, a entidade faz o pedido das gravações das conversas entre os árbitros e pede um posicionamento oficial do Comitê de Arbitragem da Fifa em relação às manifestações dela publicadas na mídia, nas quais referendava as decisões tomadas pelos árbitros na partida de domingo.