Até 2014, quando alguém falava em 7 a 1, poderia muito bem se referir a uma das vitórias do Brasil sobre a próxima adversária na Copa do Mundo — e não no maior vexame de sua história. Há 62 anos, a Seleção, representada por jogadores do Rio Grande do Sul, aplicou essa goleada na Costa Rica em jogo do Pan-Americano.
Para a missão, foi escolhido o então técnico do Inter, José Francisco Duarte Júnior, o Teté, que convocou nada menos do que 46 jogadores de times do Rio Grande do Sul — na maioria, colorados.
No dia 13 de março de 1956, na Cidade do México, os Ticos, como é conhecida a seleção costa-riquenha, chegaram para enfrentar o Brasil com a fama de adversário difícil. Mas a reputação durou pouco.
Bodinho abriu a contagem de cabeça aos 7 minutos, Chinesinho ampliou aos 12 e Larry fez 3 a 0 aos 37, fazendo o técnico da Costa Rica substituir o goleiro Mario Pérez por Hernán Alvarado para tentar conter os brasileiros — detalhe que Pérez teve que voltar mais tarde, porque o substituto se lesionou.
A goleada se confirmou na segunda etapa, quando Larry elevou o placar para 4 a 0. Mario Cordero, aos 8 minutos, marcou o gol de honra de sua equipe. Mas, em seguida, Chinesinho faria mais dois (aos 18 e aos 37) e Larry outro, aos 29, chegando ao 7 a 1. Ao final da competição, a Seleção (Gaúcha) Brasileira sagrou-se campeã pan-americana e a Costa Rica ainda ficou com o bronze entre os seis países participantes.
Na próxima sexta-feira (22), os costa-riquenhos serão novamente adversários do Brasil. Embora não cheguem com a bola toda, pois vêm de uma derrota para a Sérvia, não vai ser fácil aplicar um novo 7 a 1.
No lugar de Teté, temos o também gaúcho Tite no comando da Seleção. Em campo, como titular, apenas Alison é gaúcho — Cássio, Taison e Douglas Costa estarão no banco de reservas, além do único convocado da dupla Gre-Nal, Geromel.
Depois de um empate com a Suíça, o Brasil vai a campo com a missão de vencer para não correr risco de não passar para as oitavas, quando enfrentaria os classificados do grupo da Alemanha. Para evitar o confronto com nossos algozes do 7 a 1 logo na próxima fase, a Seleção tem de avançar na mesma colocação que os alemães — ambos em primeiro ou em segundo do grupo.
Relembre outros 7 a 1 da Seleção
Sul-Americano de 1949
Brasil 7x1 Peru - São Januário
Copa do Mundo de 1950
Brasil 7x1 Suécia - Maracanã
Sul-Americano de 1957
Brasil 7x1 Equador - Estádio Nacional de Lima, Peru
Amistoso em 1960
Brasil 7x1 Malmöe (Clube sueco) - Malmö, Suécia
Amistoso em 1980
Brasil 7x1 Brasil (Seleção de Novos) - Maracanã
Amistoso em 2005
Brasil 7x1 Hong Kong - Estádio de Hong Kong
Copa América de 2016
Brazil 7x1 Haiti - Estádio do Orlando City