A polícia peruana enfrenta uma nova e insólita missão na luta contra organizações criminosas que falsificam dólares: o plágio maciço de figurinhas e do álbum da Copa do Mundo, cuja demanda explodiu pela participação do Peru no Mundial da Rússia 2018.
Uma intervenção contra uma fábrica de impressão clandestina em Lima, onde foram encontradas milhares de figurinhas e de álbuns plagiando a tradicional marca italiana Panini, se tornou a mais recente operação policial contra esta modalidade de crime, informou nesta terça-feira a imprensa peruana.
As máquinas apreendidas permitiam imprimir mais de 6.000 chapas por hora, explicou o delegado de polícia responsável pelo caso, o coronel Segundo Mejía, citado pelo jornal La República. A polícia não revelou quantas figurinhas equivalem uma chapa.
As figurinhas falsificadas estavam prontas para serem comercializadas em pacotes.
Em cada pacote há cinco figurinhas que são vendidas pelo equivalente a R$ 1,33 real.
A poucas semanas do pontapé inicial da Copa do Mundo da Rússia, em 14 de junho, o grande negócio não está na venda de pacotes, mas sim de figurinhas individuais, que são vendidas por até US$ 2 cada.
Os colecionadores que precisam de poucas figurinhas para completar o álbum não hesitam em pagar até 2.000% de seu valor real.
O impressionante interesse neste passatempo no Peru se explica pela volta da seleção do país à Copa após uma ausência de 36 anos. Pelas ruas de Lima, é possível ver centenas de pessoas reunidas em parques públicos e praças trocando ou comprando figurinhas.
Jefferson Farfán, Christian Cueva e Edison Flores são os jogadores peruanos mais procurados, assim como Paolo Guerrero, maior ídolo do futebol local. Curiosamente, o atacante do Flamengo não jogará a Copa devido a uma punição por doping imposta pela Corte Arbitral do Esporte (CAS).
A polícia peruana estima que a falsificação de figurinhas continuará até o fim da Copa do Mundo, em julho.
Enquanto isso, a polícia não se descuida de sua luta contra os falsificadores de dólares, que já teriam imprimido o equivalente a 23,5 milhões da moeda americana neste ano.
O Peru é considerado desde 2013 o maior falsificador de dólares no mundo, superando a Colômbia, de acordo com a polícia local.
* AFP