Atual vice-campeã mundial, a Argentina vive uma das mais graves crises da sua história. Nenhum argentino - nem mesmo o técnico - saberia nominar hoje sequer metade da escalação da equipe. Como se não bastasse, a goleada por 6 a 1 sofrida para a Espanha em março agravou o quadro que já era preocupante. Na Copa do Mundo 2018, as apostas são a tradição em Mundiais e a genialidade do craque Lionel Messi.
— A Argentina não tem hoje um estilo definido de jogo. O técnico Jorge Sampaoli está há pouco tempo, já testou muitos nomes e estilos e não chegou a uma conclusão. Ele já usou três zagueiros, já usou lateral como zagueiro central, já usou meias como alas, já usou vários camisas nove, já jogou sem camisa nove, já testou muitas possibilidades e ainda assim não há uma definição de como a Argentina vai se portar no Mundial — relata o jornalista gaúcho Lucho Silveira, especialista em futebol argentino.
A crise argentina vem desde as eliminatórias, quando a vaga foi garantida de forma dramática na última rodada, após um hat-trick de Messi fora de casa contra o Equador. Porém, mesmo às vésperas do Mundial, há poucos elementos concretos que possam apontar a Argentina como candidata a algo na Rússia.
— Com a bola que está apresentando, hoje a Argentina seria seleção para oitavas de final, pois não empolga. Mas acredito que há de se respeitar sempre a seleção argentina, mesmo com todos os problemas que ela vem enfrentando. A Argentina para mim sempre é favorita. A prova disso é a Copa 2014, onde não chegou tão badalada e foi até a final — completa Lucho.
Sampaoli tem problemas em todos os setores. Na defesa, ele não sabe se vai jogar com dois ou três zagueiros. Vários nomes já foram testados como parceiros de zaga de Otamendi e como alas ou laterais, mas ninguém se firmou. No ataque, por outro lado, há diversos nomes de alto quilate no futebol mundial, como Di Maria, Higuaín, Dybala, Aguero e Icardi. Porém, nenhum deles conseguiu desencantar pela seleção nos últimos tempos.
— A equipe tem uma espinha dorsal, com Romero (goleiro), Otamendi, Mascherano e Messi. O resto é tudo um ponto de interrogação. Não dá para cravar ninguém como titular, muito menos no comando de ataque, onde vários nomes foram testados — finaliza Lucho.
A Argentina está no Grupo D, ao lado de Islândia, Nigéria e Croácia.