Parece mesmo que o ciclo de Ramires e Ronaldinho na Seleção Brasileira chegou ao fim. Pelo menos enquanto José Maria Marin for o presidente da CBF. Em entrevista ao jornal O Globo, o mandatário do futebol nacional reclamou do que chamou de "falta de comprometimento" dos jogadores e insinuou que eles não serão convocados para os próximos jogos por conta de suas posturas:
- A Seleção está de portas abertas para todo jogador brasileiro, mas mediante certas condições e desde que o comprometimento seja total, a partir da convocação. Comportamento dentro e fora do gramado é fundamental. Teve um jogador que deu prioridade a um jantar. Não cito nome. Mas a mulher dele ainda disse que a seleção era uma máfia, porque ele não foi mais convocado - afirmou o presidente, se referindo à ocasião em que a esposa de Ramires reclamou da não-convocação do marido.
Sobre Ronaldinho, Marin foi um pouco menos radical, não fechando totalmente as portas, mas garantindo que ficou magoado com o atraso do jogador na apresentação à Seleção Brasileira em Belo Horizonte para o amistoso contra o Chile.
- Você me convida para um jantar na sua casa. Eu chego à sua casa, e você não está. Eu espero, e você, que é o anfitrião, é o último a chegar. A Seleção vai jantar e quem é o último a chegar? O anfitrião. Não dá! - declarou o presidente da CBF.
O volante Ramires viu as declarações de José Maria Marin e questionou o que foi dito pelo dirigente, respondendo às críticas.
- Pelo que pude entender das declarações do Marin, eu não fui convocado para a Copa das Confederações pelo que houve em Londres e é uma pena que isso tenha acontecido. Já expliquei que foi um mal entendido entre os departamentos médicos do Chelsea e da Seleção e que não tive culpa - começou Ramires, em declarações enviadas via assessoria de imprensa.
- Defendo a Seleção Brasileira desde 2007 e nunca me neguei a jogar pelo meu país, muito menos faria isso por causa de um jantar.
Ramires pediu ainda uma oportunidade de se encontrar com Marin e o técnico Luiz Felipe Scolari para que possam esclarecer tudo.
O jogador pediu uma chance para encontrar Felipão e esclarecer o que considera um mal entendido.
- Gostaria de ter a oportunidade de conversar com ele e com o Felipão pessoalmente para explicar o que realmente houve e resolver esse assunto de uma vez por todas. Por tudo o que já fiz, seria uma decepção enorme encerrar minha trajetória na Seleção Brasileira dessa forma, com meu nome envolvido em polêmica. Tenho oito anos de carreira e graças a Deus nunca passei por isso. Espero que tudo se resolva da melhor forma possível - concluiu.
Ainda na entrevista, Marin afirmou que Alexandre Gallo, técnico do time sub-20 do Brasil e responsável por estudar os adversários da Seleção, é cotado para substituir Luiz Felipe Scolari em uma eventual saída do atual comandante após a Copa de 2014.
- Mesmo com qualquer resultado, Felipão continua após a Copa. Se o Felipão tiver proposta e quiser sair, meu candidato é o Gallo. Quero aproveitar o Gallo com o Parreira. Se Felipão continuar, ficam Felipão e Parreira. Eu não mudo. Mas, se o Felipão não quiser continuar no futuro, o Gallo será o treinador - disse.