Um time ofensivo, com marcação alta e que envolve os adversários através da posse da bola. Assim, o técnico Vítor Pereira projetou a equipe do Corinthians quando assumiu o cargo, em 23 de fevereiro. Pouco mais de seis meses depois, contudo, o português não conseguiu aplicar nenhum desses conceitos. Ainda assim, o treinador é elogiado em São Paulo por ter flexibilizado as suas convicções e obtido bons resultados atuando de forma mais defensiva, pragmática e eficiente.
Sob o comando do polêmico técnico luso, o Corinthians enfrenta o Inter, neste domingo (4), em Itaquera, embalado pelos bons resultados na Copa do Brasil e pela campanha competitiva no Brasileirão. Mesmo que o modelo de jogo seja totalmente diferente do que havia sido projetado pelo treinador.
— O Vítor Pereira está se adaptando bem ao futebol brasileiro e tem uma moral grande com o torcedor. Chegou às quartas de final da Libertadores, algo que não ocorria há 10 anos. Está na semifinal da Copa do Brasil e é o único time que está no G-4 do Brasileirão desde a primeira rodada. É verdade que ele não vem jogando do jeito que ele gosta, com futebol propositivo e de marcação alta. Mas ele percebeu que, com o nosso calendário e com muitos veteranos no grupo, era preciso jogar de forma mais pragmática, baixando as linhas e procurando ganhar do jeito que dá. Está dando certo — avalia o jornalista Rodrigo Vessoni, setorista do Corinthians no site Meu Timão.
O próprio Vítor Pereira reconhece que não é exatamente um fã do estilo de jogo que aplica no Corinthians. Porém, disse que, aos poucos, busca encontrar um meio-termo que equilibre as suas convicções e as necessidades impostas pelas características do futebol brasileiro.
— Aqui jogamos de uma forma que não é a forma que eu gosto. Eu gosto de uma equipe que pressiona, propõe jogo, ataca e não dá espaço ao adversário. Mas sei que é importante perceber a cultura de cada país. Não se pode jogar com ideias fixas e rígidas. Aqui há uma flexibilidade de parte a parte. Mas também não vim para fazer o que os outros querem: vim com ideias para implementar e espero que a equipe evolua em termos de qualidade de jogo, que faça mais gols e que pressione bem. Às vezes, o trabalho não sai porque o tempo é curto, mas buscamos um meio termo o ideal — explicou o português, em entrevista coletiva recente.
Já o jornalista Leonardo Dahi, setorista do Corinthians das rádios Globo e CBN, elogia a solidez defensiva e a eficiência ofensiva do time de Vitor Pereira.
— O Vítor faz uma temporada de sobrevivência diante do calendário com tantas convicções. No início, se dizia que o Corinthians era um time burocrático e sem repertório ofensivo. Porém, a verdade é que hoje a equipe se defende muito bem e precisa de pouquíssimas chances para fazer gols, pois é muito eficiente no ataque — avalia Dahi.
Para o jogo contra o Inter, o principal desfalque de Vítor Pereira é o volante Du Queiroz, suspenso. Roni e Cantillo disputam a vaga aberta no meio-campo. O provável time do Corinthians para encarar o Inter tem: Cássio; Fagner, Gil, Balbuena e Fábio Santos; Cantillo (Roni), Fausto Vera e Renato Augusto; Gustavo Mosquito, Róger Guedes e Yuri Alberto.
Corinthians e Inter enfrentam-se neste domingo (4), às 16h, na Arena Corinthians, em um confronto direto pelo G-4 do Brasileirão.