A janela de negociações da Europa de agosto é a mais rica. Os clubes investem pesado e reformulam times. É o período mais confortável para quem chega do Brasil. O verão ajuda. Há toda uma pré-temporada pela frente. A janela de janeiro é mais estratégica, com menos euros à vista. O atleta desembarca no inverno. Precisa jogar logo, deve estar pronto em dias e não em semanas. A adaptação precisa ser urgente.
O mercado gaúcho está cheio de jovens promissores. Todo mapeado pelos scouts europeus (prospecção e avaliação de jogadores). Vou citar quatro: Walace, o mais cobiçado, e Luan, do Grêmio, e Rodrigo Dourado e Valdívia, do Inter. Todos estão supervalorizados pelos seus clubes, segundo os agentes consultados pela coluna. Os estrangeiros não seguem uma lógica local nas transações. Cada jogador é um negócio totalmente à parte.
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O volante Walace, 21 anos, é o mais valorizado do quarteto. Pode valer R$ 40 milhões, mas precisa ganhar espaço na Seleção Brasileira. Seu preço, assim, crescerá significativamente.
Luan, apesar da qualidade, ainda não impressionou os estrangeiros, fora os chineses que inflacionaram o futebol globalizado. Pela idade, já deveria estar na Europa. A falta de regularidade nas últimas duas temporadas joga contra ele. Dificilmente o futebol europeu, a Espanha, por exemplo, gastaria mais de R$ 30 milhões com o atacante.
O colorado Valdívia está fora de foco dos empresários de outros países. A grave lesão o atrapalhou. Perdeu os Jogos Olímpicos do Rio. Tem dois anos a menos do que Luan, experiência de Libertadores e gols. Hoje não alcançaria R$ 30 milhões nem nos melhores sonhos. Seria alvo de times médios da Espanha e da Itália. Seu potencial, porém, é enorme.
Rodrigo Dourado completará 22 anos na próxima quinta-feira. Não tem histórico de Seleção e nem títulos de nome. Uma lesão o afastou da próxima janela. Sua multa rescisória é alta. Mas será conseguir mais de R$ 20 milhões por ele. O volante Sandro trocou o Beira-Rio pelo Tottenham, em 2010, por 10 milhões de euros (ou cerca de R$ 40 milhões). Mas ele era campeão da Libertadores, estava na Seleção Brasileira e no mapa dos clubes médios da Europa. Tinha 21 anos na época da troca de país.
Com 24 anos, Sasha precisa desenhar seu nome. Mostrar que jogador é, goleador ou não. Terá o Brasileirão como campo de testes. Não é ainda um jogador muito valorizado fora do país.
*ZHESPORTES